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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 9 a 11 de outubro de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 37


Caso ClÍnico

#041 Abordagem de paciente com comunicação oronasal com prótese total superior obturadora


a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, INEGI

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Volume - 66
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 37
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Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 09/10/2025


Introdução: A comunicação oronasal é uma complicação cirúrgica que pode ocorrer após resseções tumorais extensas na região do palato, resultando numa abertura entre as cavidades oral e nasal. Leva ao comprometimento da fala, deglutição e alimentação, pode predispor o paciente a infeções recorrentes e impactar significativamente a sua qualidade de vida. Descrição do Caso Clínico: Paciente do sexo feminino, de 83 anos, desdentada total, não usava as suas próteses totais acrílicas bimaxilares, por estarem desajustadas e causarem desconforto; submetida há 5 anos a cirurgia de carcinoma espinocelular no palato, sem necessidade de radio ou quimioterapia. Como sequela do tratamento, ficou com comunicação oronasal de aproximadamente 2,0 x 2,5cm, devido à resseção de parte do palato, rebordo alveolar, vestíbulo e tuberosidade esquerdos, levando a constante refluxo nasal dos alimentos. A paciente possuía próteses totais removíveis, inferior e superior, esta com obturador palatino, ambas realizadas logo após a cirurgia. Na mesma ocasião, foi, ainda, submetida a tratamento com implantes, mas sem sucesso. Depois da avaliação das próteses e ajustes oclusais, optou-se por estender as bases das próteses, respeitando os limites fisiológicos, para obter mais retenção e estabilidade. Assim, inicialmente foi feito um rebasamento com condicionador de tecidos (Soft-Liner®, GC Corporation, Japão) em ambas as próteses. Após duas semanas de uso contínuo e sem desconforto ou queixas por parte da paciente, realizou-se o rebasamento definitivo em resina termopolimerizável (Vertex-Dental®, 3D Systems, Inc.) mimetizando a forma e dimensões do condicionador de tecidos. Nos controlos a 1, 3 e 6 meses, a paciente mantinha-se satisfeita, com as próteses em função e sem lesões. Discussão e Conclusões: O tratamento das lesões orais neoplásicas frequentemente exige uma ampla excisão cirúrgica com margem de segurança, dando origem a sequelas estéticas e funcionais que podem ter correção com técnicas reconstrutivas mais ou menos complexas e/ou com uso de próteses. A paciente referida, recusava-se a fazer qualquer tratamento cirúrgico e invasivo. A reabilitação oral desta paciente, além de corrigir o refluxo nasal, normalizou a fonação, melhorou a estética facial e a capacidade mastigatória. Neste caso, a reabilitação com o rebasamento e reajuste das próteses que a paciente já tinha foi a opção terapêutica menos invasiva, exequível e de baixo custo, restabelecendo função, conforto e autoestima.


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