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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 9 a 11 de outubro de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 20


Caso ClÍnico

#021 Hiperplasia gengival – a propósito de um caso clínico


a Serviço de Estomatologia do Hospital de São João

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Volume - 66
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 20
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Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 09/10/2025


Introdução: A hiperplasia gengival corresponde ao aumento anormal do volume dos tecidos gengivais, podendo ter origem inflamatória, medicamentosa, hereditária ou idiopática. Embora frequentemente associada a higiene oral insuficiente, pode ocorrer em indivíduos com cuidados adequados. O seu impacto funcional e estético, especialmente em pacientes jovens, requer uma abordagem terapêutica adaptada à idade e ao contexto clínico. Descrição do Caso Clínico: Apresenta-se o caso de um adolescente de 14 anos, saudável, sem antecedentes de relevo ou medicação habitual, referenciado à consulta de Estomatologia por lesões gengivais volumosas. O doente já tinha história de hiperplasia gengival desde a pré-adolescência, sendo seguido regularmente pelo seu médico dentista e submetido a destartarizações frequentes por episódios recorrentes de gengivite. Clinicamente, apresentava aumento significativo do volume gengival, predominantemente nas papilas interdentárias nos 2.º e 5.º sextantes, de coloração normal, com perda de inserção de todas as papilas, hemorragia à sondagem e com sinais inflamatórios locais. Na ausência de fatores sistémicos ou farmacológicos identificáveis e face ao impacto funcional e estético significativo observado no doente, foi proposta a realização de tratamento cirúrgico mediante gengivectomia. A cirurgia decorreu sob anestesia local, primeiro realizou-se tartarectomia e alisamento radicular e, de seguida, gengivectomia com recurso ao medidor de proporcionalidade Chu e eletrocautério. Discussão e Conclusões: A hiperplasia gengival resulta mais frequentemente da acumulação de placa bacteriana e tártaro, que promovem inflamação gengival e a produção de mediadores inflamatórios e fibroblastos. Perante estados de inflamação crónica, a tumefação torna-se irreversível e a melhoria da escovagem ou destartarizações deixam de ser suficientes para reversão clínica. O diagnóstico diferencial inclui o uso de fármacos (principalmente, antiepiléticos, imunossupressores, bloqueadores de canais de cálcio, mas também antibióticos, anticoncepcionais e antipsicóticos), alterações hematológicas (leucemia), hormonais/endócrinas e doenças hereditárias (fibromatose gengival hereditária). A gengivectomia pode oferecer bons resultados estéticos e funcionais, mas deve integrar uma estratégia multidisciplinar, com seguimento clínico e reforço da higiene oral. A investigação etiológica é essencial para reduzir recorrência e garantir controlo a longo prazo.


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