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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

IV Congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE) Guimarães, 27 e 28 de Setembro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 87


Caso ClÍnico

#SPE-C29 A raiz disto-lingual extra – Caso clínico de um radix entomolaris


a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

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Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 87
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Received on 27/09/2024
Accepted on 27/09/2024
Available Online on 27/09/2024


Introdução: O sucesso do tratamento endodôntico está dependente da correta identificação de todo o sistema canalar, do preparo químico-mecânico e obturação tridimensional, e da realização de uma restauração apropriada. Neste caso descrevemos uma raiz adicional, localizada em disto-lingual de um molar mandibular, descrita pela primeira vez em 1844 e conhecida por Radix Entomolaris. Descrição do caso clínico: Paciente do género feminino, 37 anos, recorreu à consulta para avaliação do 4º quadrante. O dente 46 apresentava uma restauração oclusal em amálgama e respetivo sistema de canais radiculares diminuído ao exame clínico e radiográfico. Verificou-se ausência de dor à palpação e mobilidade fisiológica, com resposta dolorosa à percussão vertical e ausência de resposta ao teste de sensibilidade ao frio. Diagnosticou-se necrose pulpar e periodontite apical sintomática. Portanto, foi proposto e aceite o tratamento endodôntico. Devido à proximidade ao nervo alveolar inferior, foi realizado uma tomografia axial de feixe cónico (CBCT), sendo esta raiz disto-lingual prontamente identificada. Após anestesia, isolamento e acesso sob ampliação com microscópio ótico foram identificados 3 canais. Seguidamente com refinamento com ponta de ultrassom, identificou-se um segundo canal distal mais lingualizado. Foi realizada a permeabilização, determinação do comprimento radiográfico e a preparação canalar com o sistema Reciproc Blue, sob constante irrigação com hipoclorito de sódio 5,25%. Finda a instrumentação, realizou-se o protocolo de irrigação final e a obturação canalar com gutta-percha e cimento à base de resina. O dente foi definitivamente restaurado com resina composta com recobrimento cuspídeo. Aos 14 meses a paciente encontra-se sem sintomas e radiograficamente sem alterações. Discussão e conclusões: Os molares mandibulares com esta raiz apresentam- se como uma variação anatómica pouco comum. Os exames imagiológicos, nomeadamente radiografias apicais anguladas e o CBCT, são meios complementares de grande relevância na identificação de anatomias complexas e incomuns. No caso do Radix Entomolaris, a cavidade de acesso deve assumir uma forma trapezoidal de forma a melhor localizar a entrada de acesso do canal disto-lingual, tornando o acesso mais reto e previsível de trabalhar, uma vez que estes canais são tendencialmente curvos no terço coronal. Compreender esta raiz incomum e a sua anatomia contribuem indubitavelmente para o sucesso do tratamento endodôntico.


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