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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

IV Congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE) Guimarães, 27 e 28 de Setembro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 80


Caso ClÍnico

#SPE-C16 Microcirurgia endodôntica de um primeiro molar superior: A propósito de um caso clínico


a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

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Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 80
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Received on 27/09/2024
Accepted on 27/09/2024
Available Online on 27/09/2024


Introdução: Um dos principais objetivos do tratamento endodôntico é o tratamento e a prevenção da periodontite apical causada pela presença de infeção no espaço do sistema canalar. Contudo, a patologia pode persistir após o tratamento endodôntico primário e até mesmo após o retratamento endodôntico, podendo então exigir uma abordagem cirúrgica. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo masculino, 53 anos, sem antecedentes médicos relevantes, apresentou- se com queixas de dor moderada e espontânea, história de edema extra oral e abcesso associado ao dente 16, que já havia sido submetido a tratamento endodôntico não cirúrgico 18 meses antes, com posterior reabilitação indireta com recobrimento cuspídeo. No exame clínico, verificou- -se uma resposta dolorosa à percussão vertical e à palpação. Foi requisitada uma tomografia computorizada de feixe cónico de campo de visão direcionado, que evidenciou uma extensa lesão periapical radiolúcida envolvendo ambas as raízes vestibulares, sem evidência de cura desde a realização do primeiro tratamento endodôntico. O diagnóstico pulpo- periapical foi de tratamento endodôntico prévio com abcesso apical agudo. Depois de apresentadas as opções terapêuticas ao paciente, optou-se pela realização de microcirurgia endodôntica das raízes vestibulares da peça dentária e concomitante biópsia excisional da lesão. O exame anatomopatológico confirmou tratar- se de um quisto odontogénico inflamatório radicular. A consulta de reavaliação, 1 ano depois, confirmou evolução favorável da lesão periapical e ausência de sintomatologia. Discussão e conclusões: A carga microbiana pode permanecer em áreas anatomicamente protegidas e ramificações do sistema canalar apical, assim como fora do sistema canalar, tornando-as inacessíveis à terapia endodôntica convencional. Isso pode justificar o fracasso, mesmo em tratamentos realizados segundo os padrões recomendados. A preferência do paciente e a análise risco-benefício podem influenciar a abordagem da periodontite apical persistente, optando-se pela microcirurgia endodôntica, em vez do retratamento endodôntico não-cirúrgico. Este caso pretende mostrar que a cicatrização observada demostra a eficácia e a previsibilidade das técnicas microcirúrgicas em Endodontia.


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