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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXV Reunião Científica Anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) Viana do Castelo, 24 e 25 de maio de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 62


Caso ClÍnico

#SPODF2024-CC2 Tração ortodôntica de incisivo central superior incluso com dilaceração radicular – Caso clínico


a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

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Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 62
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Received on 24/05/2024
Accepted on 24/05/2024
Available Online on 24/05/2024


Introdução: A inclusão dos incisivos centrais superiores é a terceira forma mais comum de inclusão dentária. Devido à sua localização, a ausência destes dentes tem impacto na estética facial, função, fonética e fisiologia, sendo imperativa a sua resolução. O tratamento pode incluir ortodontia intercetiva para favorecer a erupção, a exposição, tração ortodôntica e alinhamento ou a exodontia do dente incluso. Entre as causas de impactação salientam-se a dilaceração radicular, traumatismos na dentição decídua, a presença de mesidens e o desenvolvimento ectópico do gérmen. O prognóstico depende de fatores como a anquilose, reabsorção radicular e exposição radicular do ápex, após a tração. Descrição do caso clínico: O paciente de 9 anos de idade, saudável, foi referenciado para a clínica pós-Graduada de Ortodontia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, com a queixa de “ter um dente que não nasce”. Na anamnese não refere história de traumatismo. Na consulta foram efetuados registos fotográficos, impressões para modelos e exames radiográficos de diagnóstico. O perfil era convexo, com retrusão do mento, relação basal intermaxilar distal e padrão hiperdivergente. No exame intra-oral, o paciente encontrava-se em fase de dentição mista, com ausência do dente 21 e sobremordida vertical diminuída. As radiografias confirmaram a inclusão e dilaceração radicular severa deste dente. O plano de tratamento consistiu na tração ortodôntica com um aparelho fixo parcial, arco palatino modificado e tração extra-oral, seguido de aparelho fixo bimaxilar. Foi feita a exposição cirúrgica e tração, com retalho de reposicionamento apical, de forma a manter a arquitetura dos tecidos periodontais. Não foi possível corrigir totalmente a posição radicular devido a uma dilaceração severa da raiz, aceitando-se uma pequena discrepância no alinhamento dos incisivos centrais, salvaguardando assim a vitalidade pulpar. Discusão: A intervenção nos incisivos centrais superiores impactados deve ocorrer o mais cedo possível, uma vez que quanto mais jovem é o paciente, mais rápido e previsível é o tratamento. A dilaceração da raiz é um obstáculo ao sucesso do tratamento, podendo impossibilitar uma correta posição final na arcada dentária. No caso clínico apresentado foi possível efetuar com sucesso a tração ortodôntica precoce e obter estabilidade na posição final do incisivo. Conclusões: A intervenção precoce foi uma das razões para o sucesso. A camuflagem estética da angulação do dente 21 permitiu manter a vitalidade pulpar.


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