Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 2
Caso ClÍnico
#003 Prótese da articulação temporomandibular num paciente com anquilose pós traumática
a ULS S. João
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 2
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Article History
Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024
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Resumo
Introdução: A articulação temporomandibular desempenha um papel essencial na funcionalidade da mandíbula para ações quotidianas como a mastigação, a fonação e a deglutição. Lesões traumáticas nesta articulação podem levar a complicações como a anquilose, patologia caraterizada por uma fusão anormal dos ossos que leva a uma limitação articular significativa. Descrição do Caso Clínico: Neste artigo é descrito um caso clínico de um paciente de 62 anos, que sofreu um traumatismo com várias fraturas cranianas associadas, há cerca de 40 anos. Ao exame objetivo apresentava uma tumefação pré auricular direita e uma abertura oral máxima de 5mm, que condicionava a vida quotidiana do paciente. Os exames de imagem realizados revelavam uma dismorfia acentuada com hipertrofia óssea da articulação temporomandibular direita, sugerindo anquilose da articulação temporomandibular pós traumática de classe III (classificação de Sawhney modificada). Foi realizada cirurgia de reconstrução da articulação com prótese individualizada. Na reavaliação pós operatória o paciente encontrava-se sem queixas e com uma abertura oral de cerca de 25 mm. Discussão e Conclusões: O tratamento da anquilose da articulação temporomandibular decorrente de fraturas traumáticas representa um desafio significativo devido à complexidade anatómica e funcional da articulação. Este caso destaca a importância das próteses da articulação temporomandibular como uma solução eficaz para o tratamento da anquilose. As próteses individualizadas permitem um ajuste mais preciso à anatomia do doente, o que condiciona um melhor desempenho funcional e uma redução de complicações como o desalinhamento ou o desgaste irregular. Consegue-se, assim, restaurar a mobilidade e função articular destes pacientes, condicionando uma melhoria significativa da sua qualidade de vida.