Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 47
#112 Estudo Longitudinal Caso-Controlo do Crescimento Facial em Doentes Fissurados
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 64
Supplement - S1
Pages - 47
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Article History
Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023
Keywords
Resumo
Objetivos: Comparar a morfologia e crescimento craniofacial entre indivíduos com fenda labial, fenda lábio-palatina unilateral e indivíduos sem anomalias craniofaciais. Materiais e métodos: Teleradiografias de pacientes com fenda labial e fenda-lábio-palatina foram recolhidas, antes e depois do pico de crescimento pubertário. A amostra incluiu 71 in- 46 rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2023;64(S1):1-53 divíduos (idade média de 7,9±2,4 anos em T1; 16,9±3,4 anos em T2), dos quais 29 (40,8% ) apresentavam fenda lábio-palatina unilateral, 13 (18,3%) fenda labial e 29 (40,8%) eram saudáveis. O grupo de controlo foi composto por indivíduos sem fenda e emparelhado por sexo e idade. A análise dos dados cefalométricos incluiu representações gráficas dos valores médios padronizados e comparações entre grupos com recurso a ANOVA, Testes de Kruskal-Wallis e respetivos testes post-hoc. Resultados: Antes do pico de crescimento, registaram-se diferenças significativas entre grupos na dimensão sagital maxilar (SNA; p=0,004) e mandibular (SNB; p<0,001), bem como na dimensão vertical mandibular (MP- -SN; p<0,001) e morfologia mandibular (GoAngle; p=0,014). Nas comparações múltiplas, os indivíduos com fendas lábio- -palatinas apresentaram valores significativamente inferiores de SNA (77,9±3,59º vs. 80,67±3,4º), SNB (73,21±3,09º vs. 76,84±3,82º) e significativamente superiores de MP-SN (37,47±6,52º vs. 31,6±4,74º) e ângulo goníaco (128,43±8,32º vs. 123,38±5,2º) quando comparados com o grupo de controlo. Os indivíduos com fendas labiais apresentaram a maior discrepância sagital média, com ANB significativamente superior aos restantes grupos (7,15±3,27º vs. 4,69±3,52º para o grupo de fendas lábio-palatinas e 3,83±2,04º para o grupo de controlo). No que respeita ao crescimento, os indivíduos sem fenda apresentaram diferenças significativas nas alterações sagitais maxilares, com um crescimento médio do SNA de 1,41±2,83º vs. -2,2±2,79º para o grupo com fenda lábio-palatina e -1,31±2,35º para o grupo com fenda labial. Foram ainda registadas diferenças significativas a nível da chanfradura mandibular, com o grupo de controlo a demonstrar um aumento médio de 2,4±6,51º, face a uma redução de 3,62±7,26º no grupo com fenda lábio-palatina. Conclusões: Os indivíduos com fenda lábio-palatina unilateral e fenda labial apresentam diferenças significativas na morfologia e no crescimento maxilar e mandibular, as quais devem ser consideradas no planeamento e tratamento ortodôntico destes pacientes.