Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 22
#050 Reabsorção cervical externa (invasiva): Caso clínico
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 63
Supplement - S1
Pages - 22
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Article History
Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022
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Resumo
Introdução: Reabsorção cervical externa (invasiva): relato de caso clínico Introdução O termo reabsorção radicular inclui todas as situações em que os tecidos dentários mineralizados são eliminados por células clásticas em algum ponto da superfície radicular. As reabsorções cervicais externas (RCE) resultam na perda de estrutura dentária devido à atividade de células odontoclásticas que se iniciam abaixo da junção amelocementaria, levando à destruição do cemento e dentina. Os fatores etiológicas mais comuns são traumatismos, tratamento ortodôntico e branqueamento interno. A prevalência estimada da RCE é de 2,3% sendo mais frequente na região anterior da maxila e a classe de Heithersay mais encontrada é a 2. Descrição do caso clínico: Este trabalho descreve o tratamento envolvendo várias valências (endodontia, periodontologia e dentisteria) de um incisivo central superior (11) de um jovem, que refere a existência de trauma prévio. Foram realizados ECD, nomeadamente, radiografia apical, ortopantomografia e CBCT o que permitiu confirmar o diagnóstico de RCE Classe 3 de Heithersay. No exame clínico registou- se que o dente apresenta cavitação subgengival e coloração rosa da face vestibular. Na realização dos testes de sensibilidade térmica ao frio registou-se uma resposta aumentada ao frio. A resposta aos testes de percussão e ao calor estavam dentro dos parâmetros normalidade. Após anestesia local, foi realizado um retalho mucoperiosteo. Eliminou- se o tecido de granulação, efetuou-se o acesso e tratamento endodôntico convencional e obturação por onda contínua de calor e a cavidade reabilitada com resina composta. Discussão e conclusões: A RCE é geralmente assintomática, sendo um achado radiográfico e clínico pouco frequente e com diagnóstico tardio. Um correto e precoce diagnóstico, bem como uma completa remoção dos tecidos do local da reabsorção podem aumentar a sobrevida a longo prazo do dente afetado. Heithersay recomenda em RCE classe 3 a realização de tratamento endodôntico e remoção completa do tecido de granulação. A literatura mostra que a utilização de acido tricloroacetico a 90% causa uma necrose por coagulação do tecido de granulação tornando- o avascular, o que facilita a sua remoção, contudo,não foi possível a sua aquisição junto dos fornecedores. O tempo de seguimento a curto prazo deste caso (3 meses) é positivo, não sendo visível clínica e radiograficamenre a reativação da reabsorção, sendo no entanto, necessário estender este tempo.