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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 19


#042 Carcinoma mioepitelial: o impostor





Volume - 63
Supplement - S1

Pages - 19
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Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022


Introdução: O carcinoma mioepitelial é uma entidade pouco reconhecida e de diagnóstico desafiante pelo seu espetro morfológico abrangente. Este é muitas vezes confundido com outras patologias benignas ou malignas das glândulas salivares. Representa, segundo a literatura, 2% das neoplasias malignas das glândulas salivares. É clinicamente agressivo, com alta recorrência local (37%) e risco de metastização (22%). Histologicamente, é definido como um tumor composto quase exclusivamente por células mioepiteliais e caracterizado pelo seu padrão de crescimento invasivo. Quando os aspetos morfológicos de malignidade são exuberantes, como crescimento infiltrativo e destrutivo ou atipia celular com características de alto grau, a sua natureza maligna é facilmente identificada. No entanto, muitas vezes surge com características histológicas e citológicas frustres, podendo, com facilidade, ser mal classificado como um adenoma pleomórfico rico em células mioepiteliais. Descrição do caso clínico: Homem de 74 anos, enviado para o Instituto Português de Oncologia de Lisboa após excisão de lesão do palato com 8 anos de evolução pelo seu Médico Dentista, com suspeita clínica de adenoma pleomórfico, no entanto a avaliação anatomopatológico-patológica da peça revelou neoplasia glândulas salivares minor com critérios invasivos sugestivos de carcinoma. A revisão das lâminas da peça operatória revelou carcinoma mioepitelial das glândulas salivares minor com invasão das margens cirúrgicas. Deste modo procedeu?se ao alargamento de margens e curetagem do osso palatino subjacente com reconstrução do defeito local com matriz dérmica. O resultado histológico do alargamento revelou tecido cicatricial congruente com cirurgia prévia, presença de focos de neoplasia centrais e margens livres de doença. Discussão e conclusões: A 4a edição da Classificação da Organização Mundial de Saúde, de 2017, reconhece mais de 30 tipos de neoplasias epiteliais das glândulas salivares, muitas das quais partilham semelhanças morfológicas e de imunofenótipo dificultando o seu diagnóstico. De momento, esta classificação encontra-se em atualização – a 5a edição (2022) irá incluir características citológicas e moleculares que favoreçam o seu correto diagnóstico. A falha numa correta caracterização destas neoplasias pode ter um impacto importante no prognóstico do nosso doente, pelo que devem ser orientados ab initio para Centros de Referência equipados com meios e experiência adequados para a sua abordagem.


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