Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 5-6
#012 Osteossarcoma e Osteoblastoma – dificuldade no diagnóstico diferencial
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 63
Supplement - S1
Pages - 5-6
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Article History
Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022
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Resumo
Introdução: O Osteoblastoma é uma neoplasia óssea benigna que ocorre mais frequentemente na coluna vertebral e nos ossos longos. Os ossos do crânio, extremidades e face são menos comumente envolvidos. Os ossos da face estão afetados em cerca de 10% a 15% dos casos e, destes, a mandíbula é a mais afetada. Usualmente, esta condição surge na primeira década de vida e é mais prevalente no género masculino. No diagnóstico diferencial o osteossarcoma assume-se como a condição mais relevante a ser considerada, sendo difícil a sua distinção do osteoblastoma agressivo. Descrição do caso clínico: Paciente com 7 anos de idade, encaminhado para o rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2021;63(S1) :1-52 5 Serviço de Cirurgia e Traumatologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão por presença de tumefação facial esquerda, associado a assimetria facial com distopia do globo ocular esquerdo e ponto de ulceração infraorbitário devido a exteriorização cutânea da lesão. Nos exames imagiológicos a lesão apresentava 6 cm (no seu maior diâmetro), comprometendo todo o complexo zigomático- orbitário do lado afetado, e íntima relação com a base do crânio. De acordo com as características clínicas e radiológicas as hipóteses diagnósticas consideradas foram de Osteoblastoma ou Osteossarcoma. A abordagem terapêutica adotada consistiu na enucleação cirúrgica célere, em virtude do caráter agressivo da lesão, da sua rápida expansão e da sua íntima relação com estruturas cranianas importantes. Após análise histológica e imuno-histoquímica da lesão enucleada, o diagnóstico manteve- se inconclusivo, tendo- se iniciada a terapêutica para tratamento de Osteossarcoma atípico através de quimioterapia, com o serviço de Oncologia. Atualmente, um ano pós enucleação a paciente apresenta- se sem sinais de recidiva, com melhoria da arquitetura facial e reposicionamento do globo ocular. Discussão e conclusões: O diagnóstico diferencial entre osteoblastoma e osteossarcoma pode- se tornar difícil de efetuar devido à partilha de características clínicas, imagiológicas e histopatológicas. Como tal, o conhecimento aprofundado destas duas entidades patológicas torna- se relevante para permitir o estabelecimento de um correto diagnóstico que possibilite um tratamento adequado de forma a evitar possíveis recidivas.