Resumo

Objetivos: Avaliar a perceção da assimetria facial em crianças com mordida cruzada unilateral posterior e determinar se o lado da perceção da assimetria se correlaciona com o lado da má oclusão. Materiais e métodos: A perceção da assimetria facial de 60 crianças entre os 7 e os 10 anos de idade, 30 com mordida cruzada unilateral posterior e 30 sem mordida cruzada (grupo de controlo), foi avaliada por oito especialistas em Ortodontia, a partir de fotografias frontais em repouso, por meio de uma Escala Visual Analógica. As fotografias da face em repouso foram usadas para compor uma apresentação de diapositivos PowerPoint®, de modo a quantificar a assimetria usando a Escala Visual Analógica, quando presente, e o lado da assimetria. Para comparar as médias da perceção de assimetria facial entre os grupos de estudo e de controlo, foram realizados t? testes. A direção da perceção da assimetria facial foi comparada através de uma análise de variância, com três grupos: mordida cruzada unilateral esquerda, direita e ausência de mordida cruzada. A concordância entre o lado da assimetria facial percebida e o lado da mordida cruzada foi avaliada pelo teste do Qui?quadrado. O nível de significância estatística foi fixado em 5%. Resultados: A perceção da quantidade de assimetria facial avaliada pela Escala Visual Analógica, foi significativamente maior em crianças com mordida cruzada posterior (média de 14,2 pontos) em comparação com um grupo sem mordida cruzada (média de 7,4 pontos). A concordância entre o lado percecionado como assimétrico e o lado da mordida cruzada foi maior para o lado direito (92.9%) em relação ao lado esquerdo (43,8%). A análise de variância, demonstrou diferenças significativas na perceção do lado da assimetria entre os grupos de mordida cruzada posterior direita e mordida cruzada posterior esquerda (p< 0,001), e entre os grupos de mordida cruzada posterior direita e controlo (p = 0,001). Houve uma associação significativa entre o lado percecionado da assimetria facial e o lado da mordida cruzada (p = 0,001). Conclusões: A perceção da assimetria facial foi mais evidente em crianças com mordida cruzada posterior unilateral, em comparação com crianças sem mordida cruzada. Houve uma associação significativa entre o lado percecionado da assimetria facial e o lado da mordida cruzada. A concordância entre o lado percecionado como assimétrico e o lado da mordida cruzada foi significativa, tendo sido maior para o lado direito em relação ao esquerdo.