Resumo

Objetivos: A Agenesia Dentária é uma das anomalias de desenvolvimento mais frequente, na qual insere- se a hipodontia, sendo esta definida como uma ausência congénita de um a cinco dentes. O objectivo do presente estudo foi a avaliação da prevalência, padrão e distribuição de género da hipodontia, em pacientes ortodônticos portugueses. Materiais e métodos: É um estudo transversal, retrospectivo, baseado nos registos de 409 pacientes que, compareceram na consulta assistencial de ortodontia na Clinica Universitária Egas Moniz entre 2012 e 2021. Destes 409, 249 pacientes pertencem ao género feminino (61%) e 160 ao género masculino (39%). Foi realizada uma análise estatística descritiva de forma a determinar a frequência de hipodontia e o Chi- Square Test relacionando a frequência de hipodontia com vários parâmetros, incluindo o género e tipo de dente. Resultados: Dos 409 pacientes, 53 apresentaram agenesia dentária (12.5% da amostra total; 29.4% género masculino e 70.6% género feminino; idade média 14.9, D ±3.9 anos). A prevalência de hipodontia foi significativamente superior no género feminino (9.2%), comparativamente ao masculino (4.2%) com P<0.05. Foram registadas 95 agenésias na amostra total; 54 na maxila (56.8%) e 41 na mandíbula (43.2%). Os dentes mais frequentemente afetados, por ordem decrescente, foram: segundo pré? molar inferior (40), incisivo lateral superior (35), segundo pré?molar superior (16), canino superior (2), incisivo lateral inferior (1) e primeiro pré?molar superior (1). Conclusões: Registou?se uma prevalência de hipodontia superior na amostra de indivíduos portugueses, comparativamente às descritas noutras populações. Esta alteração foi significativamente mais frequente no género feminino. O dente mais afetado foi o segundo pré? molar inferior, seguido do incisivo lateral superior e segundo pré?molar superior.