Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
SPEMD - Congresso Online da SPEMD – NEXTGEN 2020 11 e 12 de dezembro de 2020 | 2020 | 61 (S1) | Page(s) 13-14
Casos Clínicos
#030 Osteonecrose maxilar – abordagem cirúrgica
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 61
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 13-14
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Article History
Received on 11/12/2020
Accepted on 11/12/2020
Available Online on 21/12/2020
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Resumo
Introdução: A osteonecrose dos maxilares associada a medicamentos é uma patologia caracterizada pela exposição óssea há mais de 8 semanas ou fistula intra ou extra oral com o mesmo tempo de duração em doente submetido a terapêutica com antireabsortivos ou antiangiogénicos, e que não tenha sido sujeito a radioterapia na região da cabeça e pescoço e que se confirme a ausência de metástases ósseas na região maxilar. O tratamento da osteonecrose é complexo e controverso. O tratamento é recomendado de acordo com o estadio da lesão. Os principais objetivos do tratamento da osteonecrose são reduzir a dor, controlar a infeção dos tecidos duro e mole e minimizar a ocorrência ou progressão de necrose óssea. Descrição do caso clínico: Doente do sexo masculino de 59 anos, com carcinoma da próstata metastizado e sob terapêutica com bifosfonatos EV, que 2 meses antes de se dirirgir à consulta terá apresentado um abaulamento do vestíbulo no 2.ºQ tendo feito a sua drenagem intra? oral com um palito. Cerca de 1 mês antes da consulta terá tido avulsão espontânea de dente desta região e desde então ficou sempre com dor de intensidade ligeira/moderada em moedeira na região. Ao exame objetivo no 2.ºQ identificava? se exposição óssea de grandes dimensões abrangendo a região de 2.7 e 2.8 ausentes, com sinais inflamtórios, com drenagem purulenta, com dor à palpação, condicionando pequena úlcera na mucosa jugal adjacente. Foi feito o diagnóstico de osteonecrose dos maxilares induzida por medicamentos, estadio 2. Sob anestesia geral procedeu aincisão intrasulcular de 2.4 a 2.6 com descarga vertical mesial em 2.4 e distal da tuberosidade maxilar esquerdo, descolamento muco? periósteo e exposição de extensa área de osso necrótico desde distal de 2.5 até à tuberosidade maxilar esquerda, remoção de osso necrótico com pinça? goiva, curetagem extensa e desgaste ósseo com broca adequada, identificando?se múltiplos abcessos intra?ósseos e comunicação oro? antral com identificação da membrana de Schneider e drenagem de conteúdo purulento. Procedeu? se a sobreposição da área exposta com retalho de tecido adiposo após dissecação da bola de Bichat. Discussão e conclusões: Segundo as guidelines da AAOMS à exceção do estadio 3 da doença, apenas se deve recorrer à terapêutica cirúrgica quando o tratamento médico falha. Contudo, alguns autores discordam deste tipo de abordagem e vários estudos têm sido desenvolvidos, no sentido de avaliar a resposta à cirurgia como abordagem inicial e precoce.