Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
SPEMD - Congresso Online da SPEMD – NEXTGEN 2020 11 e 12 de dezembro de 2020 | 2020 | 61 (S1) | Page(s) 6
Casos Clínicos
#013 Maturação de lesões de displasia óssea periapical – seguimento de 3 anos
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 61
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 6
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Article History
Received on 11/12/2020
Accepted on 11/12/2020
Available Online on 21/12/2020
Keywords
Resumo
Introdução: Numa displasia óssea ocorre a substituição de osso normal por tecido conjuntivo fibroso. Apresenta? se um caso de uma displasia óssea periapical em vigilância há 3 anos onde se pode observar o processo de maturação das lesões. Descrição do caso clínico: Mulher de 42 anos, raça caucasiana, sem antecedentes patológicos de relevo, encaminhada para a consulta de Estomatologia em fevereiro de 2018 pela identificação, em ortopantomografia de rotina, de lesões ósseas nas regiões apicais de 3.3 a 4.3. A doente estava assintomática, sem alterações de relevo no exame objetivo extraoral ou intraoral. Os dentes 3.3 a 4.3 apresentavam?se vitais e não apresentavam quaisquer alterações ao exame objetivo, nomeadamente mobilidade, dor à percussão, tumefação ou drenagem purulenta. Na ortopantomografia identificaram? se duas lesões bem delimitadas, de radiolucência mista, relacionadas com os ápices de 3.3 a 3.1 e 4.2 a 4.3. Na tomografia computorizada descrevia? se a coexistência de áreas radiolúcidas e radiopacas nos locais referidos, com discreto abaulamento cortical. Perante a hipótese diagnóstica de displasia óssea periapical optou? se por manter vigilância periódica. Até à presente data a situação clínica mantem? se sobreponível. Radiologicamente, tem? se verificado uma maturação progressiva das lesões, que atualmente se apresentam radiopacas com um fino bordo radiolúcido. Discussão e conclusões: A displasia óssea periapical é mais prevalente em mulheres de raça negra na 4.ª? 5.ª décadas de vida. Geralmente assintomática, apresenta? se habitualmente como lesões multifocais, na região apical de dois ou mais dentes vitais, mandibulares anteriores. No estádio mais precoce, ocorre substituição do osso por tecido fibroso, traduzindo? se numa lesão radiolúcida com bordo esclerótico bem definido. No estádio misto a lesão apresenta focos radiopacos e radiolúcidos, sendo a maioria dos casos identificados nesta fase. No estádio final de calcificação, apresenta? se como uma massa radiopaca com uma margem radiolúcida. Durante a maturação, as lesões podem coalescer. O diagnóstico baseia? se na avaliação clínica e radiológica. Na ausência de sinais atípicos não se justifica a realização de biopsia. É aconselhável uma vigilância periódica bianual, para identificar qualquer alteração atípica, embora geralmente não seja necessário qualquer tratamento. Uma vez atingindo o estádio final da maturação as lesões permanecem estáveis.