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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 26-27


Casos Clínicos

#063 Mucosite associada ao Mycoplasma Pneumoniae – relato de um caso





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 26-27
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: A Síndrome de Stevens? Johnson e a Necrólise Epidérmica Tóxica são toxidermias raras e potencialmente fatais. Estas entidades partilham uma base fisiopatológica comum e manifestam?se como um espetro alargado de gravidade clínica, que depende da percentagem de superfície corporal afetada. A mucosite é comum aos dois quadros e, na grande maioria dos casos, é inaugural. O termo mucosite refere? se a um atingimento exclusivo das mucosas. A mucosite associada ao Mycoplasma Pneumoniae caracteriza? se por um pródromo respiratório seguido de mucosite oral e ocular, sem envolvimento cutâneo. Descição do caso clínico: Descreve? se o caso de um jovem de 17 anos, com um quadro de mucosite severa associada ao Mycoplasma Pneumoniae, na sequência de uma pneumonia inicialmente medicada com azitromicina. Após 4 dias, recorreu à urgência do Centro Hospitalar e Universitário de São João por lesões ulceradas na mucosa labial. À observação apresentava uma estomatite caracterizada por lesões erosivas em diferentes estádios de evolução e extenso compromisso do vermelhão labial. Predominavam erosões, crostas e hemorragia, existindo também áreas de coalescência de ´placas de descamação´ pericomissurais. Tinha história de olho vermelho, já resolvido com a instituição de corticoterapia tópica, e não apresentava exantema. Durante o internamento, privilegiaram?se medidas de suporte com limpeza da cavidade oral, lubrificação do vermelhão, analgesia e corticoterapia sistémica. O agente causal foi controlado com a instituição de azitromicina sistémica. Após 10 dias de internamento, teve alta com melhoria clínica evidente. Após 1 mês, foi reavaliado na consulta e, por manutenção de aderências pericomissurais, foi inscrito para desbridamento cirúrgico. Discussão e conclusões: O médico deverá suspeitar do diagnóstico de mucosite associada ao Mycoplasma Pneumoniae sempre que um doente apresenta sintomas respiratórios inaugurais ou sinais radiológicos de pneumonia, seguidos de mucosite extensa com compromisso oral e ocular, sem manifestações cutâneas. Contudo, deverá permanecer sempre atento à possibilidade de aparecimento de lesões cutâneas, uma vez que as toxidermias do espetro da Síndrome de Stevens? Johnson apresentam frequentemente mucosite oral, como manifestação inaugural e o mecanismo causal pode ser o mesmo. O tratamento destas entidades passa pelo controlo do agente causal, mas também pela adoção de medidas de suporte, que permitam evitar sequelas graves.


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