Resumo

Descrição dos casos: Foram selecionados pacientes da clínica pós? graduada de Ortodontia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa com indicação para tratamento com arco facial em combinação ou não com aparatologia fixa. No planeamento de cada caso foram executados registos fotográficos, modelos e exames complementares de diagnóstico (ortopantomografia e telerradiografia de perfil). Os traçados cefalométricos iniciais foram realizados recorrendo ao software NemoCeph (Nemotec, Madrid, Espanha). Durante a consulta de aplicação da tração extra-oral, foram realizados novos registos fotográficos extra-orais de perfil com o arco facial colocado. As fotografias foram então descarregadas para o software de modo a efetuar a sobreposição com a teleradiografia de perfil. A alteração da transparência da fotografia em relação à telerradiografia permitiu identificar a relação da linha de força com o centro teórico de resistência e a sua correspondência ao clinicamente desejado. Deste modo, as respetivas correções podem ser aplicadas de forma consistente. Discussão: O método descrito permite obter, de forma precisa e não invasiva, os vetores de força adequados ao objetivo pretendido. Embora a discussão teórica das forças e vetores dos arcos faciais esteja amplamente debatida na bibliografia ortodôntica, a sua aplicação clínica reflete-se geralmente numa colocação pouco rigorosa, tanto em relação à força utilizada como em relação ao vetor. A utilização de dinamómetros ou de molas de níquel-titânio calibradas permite ultrapassar o primeiro ponto, mas a identificação da relação dos vetores com os centros de resistência teóricos não é avaliada de uma forma precisa. Conclusões: Recorrendo a software de traçado cefalométrico, a sobreposição da telerradiografia inicial com fotografias de perfil de arco facial colocado permite aplicar o sistema de forças desejado de forma prática e precisa.