Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 27
Casos Clínicos
#066 A Importância Da Disjunção No Tratamento Do Desvio Mandibular – Caso Clínico
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 27
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Article History
Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018
Keywords
Resumo
Introdução: A mordida cruzada posterior é uma má?oclusão frequente com prevalência de cerca de 8-22%, que pode ser unilateral ou bilateral, em alguns dentes ou total. A apresentação mais comum é uma mordida unilateral com desvio da mandíbula em direção ao lado da mordida cruzada, que ocorre em 80-97% dos casos. Este tipo de má-oclusão é causado geralmente por interferências dentárias. O desvio pode vir a produzir uma disfunção da articulação temporomandibular, dor muscular e até alteração no crescimento facial provocando assimetria facial. Desta forma, o tratamento precoce é essencial no restabelecimento do equilíbrio muscular. A disjunção maxilar é considerada o tratamento de eleição desta má-oclusão, pois promove a correção da diminuição transversal da maxila e o desvio mandibular. Os disjuntores que incorporam pistas oclusais de acrílico, ao promoverem a desoclusão dentária, são mais indicados em pacientes com mordida cruzada com interferências oclusais. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico de mordida cruzada posterior unilateral com desvio mandibular em que a abordagem clínica consistiu na utilização de um disjuntor com pistas de acrílico e colocação de aparelho fixo bimaxilar. Descrição do caso clínico: Doente do género feminino, 12 anos, recorreu à consulta de Ortodontia do Instituto Universitário Egas Moniz com o motivo da consulta ´os dentes estão apinhados”. Após análise clínica e radiográfica, diagnosticou-se uma mordida cruzada posterior com desvio mandibular para a direita, classe I esquelética e classe II molar e canina direita e classe I molar e canina esquerda. Após a obtenção do consentimento informado assinado o tratamento consistiu na utilização de um disjuntor com pistas oclusais de acrílico e aparatologia fixa bimaxilar. Discussão e conclusões: Os disjuntores maxilares atuam diretamente na sutura palatina mediana, afastando-a mecanicamente corrigindo assim a dimensão transversal reduzida da arcada maxilar, com formação óssea. A utilização de um disjuntor com pistas de acrílico, permite a eliminação das interferências oclusais e o desbloqueio da mandíbula corrigindo o desvio mandibular e consequentemente a classe II dentária direita de forma espontânea. Neste caso clínico o recurso a um disjuntor com pistas de acrílico e a finalização e alinhamento dentário com recurso a aparelho fixo bimaxilar demonstrou ser uma técnica válida, com resultados satisfatórios e estabilidade a longo prazo sem recidivas no tratamento ortodôntico.