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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 18


Casos Clínicos

#046 Carcinoma Epidermóide do Trígono Retromolar





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 18
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Introdução: O carcinoma epidermóide é a neoplasia maligna mais comum da cavidade oral e tem origem no epitélio pavimentoso estratificado. A localização mais frequente é a língua, seguindo-se o pavimento oral e o trígono retromolar. Descrição do caso clínico: Homem, 61 anos, alcoólico e fumador, recorre ao serviço de urgência por hemorragia intraoral e tumefação hemifacial esquerda com 2 semanas de evolução. No exame objetivo apresentava trismo de 15 mm e identificou-se uma lesão da mucosa oral, ulcerada e sangrante, no trígono retromolar esquerdo e adenomegalia submandibular esquerda. A Tomografia Computorizada da face e pescoço mostrou neoformação ulcerada latero-cervical esquerda, com 52x30 mm, que atravessava a linha média, atingia o palato mole, úvula, parede esquerda da orofaringe, língua e pavimento bucal e infiltrava a transição do ramo para o corpo da hemimandibula esquerda, descrevendo ainda adenomegalias cervicais bilaterais suspeitas. A análise histológica da lesão revelou carcinoma epidermóide. O doente realizou gastrostomia endoscópica percutânea para alimentação. Faleceu após acidente vascular cerebral isquémico, 5 dias antes de iniciar radioterapia. Discussão e conclusões: O carcinoma epidermóide oral manifesta-se usualmente após os 40 anos de idade e é mais comum no sexo masculino, embora se tenha verificado o aumento da incidência no sexo feminino, devido ao aumento dos hábitos tabágicos e etílicos neste grupo; estes são os fatores etiológicos mais determinantes, acreditando-se que o álcool é potenciador do efeito carcinogénico do tabaco. Apresenta-se inicialmente como uma úlcera indolor que progride silenciosamente, com aumento dimensional e aparecimento de sintomas, altura em que há procura de ajuda médica, sendo por isso diagnosticado em estádios avançados, com extensa invasão e mau prognóstico. Os estádios iniciais têm bom prognóstico, embora este varie de acordo com a localização da lesão. A abordagem depende do estadiamento da lesão e pode ser cirúrgica com ou sem recurso a terapia adjuvante. Tendo em conta o carácter indolente e o mau prognóstico nos estádios avançados, deve-se apostar nas medidas de rastreio e sensibilização dos doentes para esta patologia.


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