Resumo

Introdução: Após uma perda dentária, o processo alveolar sofre inevitavelmente atrofia, que ocorre tanto em altura como em largura, e que possui variabilidade individual. A crescente exigência estética, por parte dos pacientes, é particularmente relevante na região anterior, tornando-se determinante a manutenção de volume ósseo adequado no local a reabilitar, permitindo á posteriori reabilitação fixa implantar com estética previsível. Este trabalho objetivou apresentar um caso clínico de uma distração osteogénica num local com mau posicionamento implantar e efetuar uma abordagem de aspetos importantes relativos aos princípios da técnica de distração osteogénica e aplicabilidade em reabilitação oral. Descrição do caso clínico: Paciente caucasiano, aos 13 anos de idade, após remoção de tumor mandibular, colocou 3 implantes mandibulares e respetiva reabilitação oral. Em exame clínico verifica-se a necessidade de intervenção por mau posicionamento implantar, associado ao crescimento. O exame imagiológico panorâmico confirmou o posicionamento implantar, associado à reabilitação mandibular. Optou-se por proceder a um procedimento de distração osteogénica, preservando os implantes, com recurso a um distrator (KLS Martin® de 2.0), que se manteve durante o período de 1 mês na cavidade oral. Esta opção terapêutica permitiu a manutenção dos implantes e sobretudo a distração de todo o arco mandibular, com incremento de substracto ósseo. Discussão e conclusões: O sucesso da reabilitação com implantes dentários depende de diversos fatores, entre os quais do biótipo ósseo, do remanescente tecidular ósseo e mucogengival existente. Nesse sentido, recorre-se frequentemente a técnicas avançadas de reconstrução óssea em grandes defeitos alveolares. A distração osteogénica alveolar, pelas capacidades osteogénicas e osteoindutoras, promovidas por tração gradual, tem sido apontada como solução revolucionária na reabilitação de defeitos ósseos alveolares e na resolução implantes dentários mal posicionados. No entanto, ainda não há consenso relativamente a: parâmetros de tratamento, à técnica cirúrgica, o tipo de distrator e o mínimo de altura óssea necessária para realizar a distração. A evidência relativamente à distância máxima que é possível aumentar e sobre a taxa de sucesso a longo prazo dos implantes dentários é, ainda, parca. Tornam-se emergentes estudos clínicos, com aplicação de distratores osteogénicos em implantes mal posicionados para padronizar protocolos.