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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

SPEMD - Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac | 2018 | 59 (2) | 119-124




Caso ClÍnico

Retalho de reposição apical no tratamento de erupção passiva alterada – Caso Clínico

Apically repositioned flap in the resolution of altered passive eruption – A case report


a Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Caparica, Portugal
b CiiEM – Centro de investigação interdisciplinar Egas Moniz, Caparica, Portugal
Ricardo Alves - ricardocastroalves@gmail.comricardocastroalves@gmail.com

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Volume - 59
Issue - 2
Caso ClÍnico
Pages - 119-124
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Received on 16/02/2018
Accepted on 17/05/2018
Available Online on 10/09/2018


Caso Clnico

Retalho de reposio apical no tratamento de erupo passiva alterada Caso Clnico

Apically repositioned flap in the resolution of altered passive eruption A case report

Irina Xaviera, Filipe Cortesoa, Ricardo Alvesa,b,*, Jos Joo Mendesa,b

a Instituto Superior de Cincias da Sade Egas Moniz, Caparica, Portugal

b CiiEM Centro de investigao interdisciplinar Egas Moniz, Caparica, Portugal

*Correspondncia:

http://doi.org/10.24873/j.rpemd.2018.09.226

Resumo

A insatisfao no que diz respeito ao excesso de visibilidade gengival comum em pacientes que procuram reabilitao oral na zona esttica. A cirurgia periodontal contempornea engloba vrias tcnicas indicadas para corrigir e melhorar o sorriso gengival.

De entre elas, a cirurgia de alongamento coronrio envolve a remoo cirrgica de tecidos periodontais para aumento da coroa clnica e correo do excesso gengival. Esta tcnica tambm usada em casos de erupo passiva alterada, uma vez que expe a coroa anatmica, permite um equilbrio do contorno gengival e favorece o restabelecimento do espao biolgico. Este caso clnico reporta um alongamento coronrio atravs de retalho de reposicionamento apical, que visa corrigir erupo passiva alterada. A paciente referia descontentamento com o excesso gengival ao sorrir e dimenso dentria.

Atravs de um diagnstico cuidadoso, planeamento e tcnica cirrgica adequada os objetivos estticos da paciente foram cumpridos. Os follow-ups regulares permitiram o acompanhamento e manuteno correta do caso clnico.

Palavras-chave: Alongamento coronrio, Esttica, Periodontal, Retalho cirrgico

Abstract

Concerns regarding the pink-white aesthetic ratio are common among patients seeking smile makeovers. Periodontal surgery contemplates a wide range of procedures to correct an excessive gingival display. Aesthetic crown lengthening is a routinely performed periodontal procedure that involves the surgical removal of periodontal tissues to achieve longer clinical crowns and correct the excessive gingival display. It can be used for aesthetic enhancement in the presence of altered passive eruption and should aim for a reduction of the excessive gingival tissue, full exposure of the anatomical crowns, perfect balance of the gingival contours and reestablishment of the appropriate biological width. This clinical case reports a crown lengthening procedure using the apically repositioned flap technique to correct altered passive eruption. The patient complained of an excessive gingival display and inadequate tooth dimensions.

Through a careful diagnosis, planning and surgical technique, patient satisfaction was achieved. Regular follow-ups allowed a correct maintenance and management of this case.

Keywords: Crown lengthening, Aesthetics, Periodontal, Surgical flap

Introduo

A erupo passiva alterada (EPA) uma situao clnica caracterizada por margens gengivais localizadas a um nvel coronal juno amelo-cimentria (JAC), o que leva presena de coroas clnicas mais curtas e quadradas, frequentemente conotadas como inestticas.1 A persistncia de tecido periodontal excessivo sobre a superfcie de esmalte pode estar correlacionada com fatores genticos ou problemas de desenvolvimento.

Aps o trmino da fase de erupo ativa segue-se uma migrao apical dos tecidos moles periodontais, denominada erupo passiva, primeiramente definida por Orban. 1, 2 Durante este processo, a juno epitelial transita apicalmente para o nvel da JAC. Assim, a margem gengival atinge uma posio final que se localiza a nvel coronal JAC.

A classificao da EPA, divide-se em dois tipos distintos.3 O tipo I caracterizado pela presena excessiva de gengiva aderida com coroas clnicas curtas, enquanto que o tipo II tipificado por um sorriso gengival associado a uma dimenso gengival normal.3 As opes de tratamento de EPA do tipo I incluem a gengivectomia e retalho de reposio apical associado a cirurgia ssea ressectiva. No tratamento da EPA tipo II, quando h crescimento anmalo da maxila, este geralmente pressupe um tratamento multidisciplinar que inclui a cirurgiaperiodontal, prostodontia e ortodontia.4 De modo complementar foram sugeridas duas subclasses, dependendo da distncia da crista ssea JAC. Na subclasse A, esta distncia maior que 1 mm, dando lugar correta insero do tecido conjuntivo na superfcie radicular, enquanto que na subclasse B este espao reduzido e no permite a integrao correta do espao biolgico. 3, 5

O sorriso gengival pode ter etiologias diferentes, no relacionado especificamente com a EPA, que uma alterao de origem dento-periodontal. Este pode surgir de deficincias muco-cutneas como comprimento labial insuficiente, hipertonicidade muscular ou ainda doenas alvolo-esquelticas no caso de crescimento vertical excessivo. primordial diagnosticar uma correta etiologia de modo a otimizar o tratamento.

Injees de toxina botulnica, cirurgia labial ou cirurgia periodontal clssica como contemplado neste caso clnico so algumas das opes de tratamento em parte dos casos de EPA.6 A ortodontia tambm poder ser uma opo quando a intruso maxilar ou extruso dentria visada.7 Nos casos mais severos em que as manifestaes do sorriso gengival so consequncia de um sobrecrescimento sseo, a cirurgia ortogntica est indicada. Nestes casos, o excesso maxilar vertical corrigido, por exemplo, com uma cirurgia do tipo Le Fort I. 8 9 Todas as opes teraputicas referidas iro depender da etiologia subjacente.

A cirurgia de alongamento coronrio pressupe a remoo de tecidos periodontais de modo a ganhar comprimento supracrestal a nvel dentrio. Esta tambm promove o restabelecimento do espao biolgico, resultando por sua vez, em coroas clnicas maiores. O alongamento coronrio indicado maioritariamente em casos onde se pretende melhorias estticas, especialmente na presena de assimetrias gengivais, excesso gengival ou em situaes clnicas de erupo passiva alterada.10 O alongamento coronrio contempla vrias tcnicas, incluindo a gengivectomia ou retalhos de reposicionamento apical, que podero incluir ou no cirurgia ssea ressectiva.

O retalho de reposicionamento apical dever ser considerado sempre que uma exciso de tecidos por gengivectomia resulte numa largura gengival ps-operatria inferior a 3 mm. Esta tcnica permite preservar a largura gengival presente e tambm poder aumentar a largura da gengiva aderida no ps-operatrio. Uma exciso simples resultar num novo crescimento do mesmo mais tarde, caso a crista ssea esteja a menos de 3 mm numa posio apical margem gengival livre existente. Deste modo, a resseco seria limitada a alterar o osso numa direo ocluso-apical, atingido uma dimenso de 3mm de exposio dentria supracrestal.11

O conceito de espao biolgico foi definido como o comprimento mdio do epitlio juncional e insero do tecido conjuntivo, que ronda os 2 mm e exclui o sulco gingival (0,69 mm).

Devido a este conceito, imperativo que o alongamento coronrio diste 3 mm entre a crista ssea e a JAC ou margem da restaurao, garantindo a preservao deste espao. 1, 10, 11

De modo a atingir um alongamento coronrio proporcional e esttico vantajoso utilizarem-se medidores de proporo de Chu. Estas sondas de proporcionalidade adicionam uma abordagem biolgica tcnica cirrgica periodontal.12

O objetivo deste caso clnico prende-se com a descrio da sequncia clnica de alongamento coronrio com recurso a um retalho de reposio apical de modo a corrigir a EPA.

Caso clnico

Uma paciente de 21 anos, caucasiana, do sexo feminino foi encaminhada para o Departamento de Periodontologia da Clnica Dentria Universitria Egas Moniz com o desejo de melhorar a esttica nos seus dentes ntero-superiores. A paciente apresentava um bom estado de sade geral. A nvel dentrio apresentava dentes anteriores maxilares com coroas clnicas curtas (Figura 1). O motivo da consulta prendia-se com o excesso gengival ao sorrir e referia descontentamento por apresentar dentes maxilares anteriores pequenos, curtos e quadrados (Figura 2).

Ao exame clnico, determinou-se sade periodontal, com gengiva queratinizada entre 4 a 7 mm de altura e menos de 3 mm de profundidade de sondagem em todas as localizaes.

Foi diagnosticada EPA tipo I subdiviso A. Previamente cirurgia, a paciente foi informada relativamente ao procedimento cirrgico, aos seus objetivos e foi-lhe

dado um consentimento informado. Aps bochecho com clorhexidina a 2% durante um minuto, a rea cirrgica foi anestesiada e foram utilizadas medidores de proporo de Chu (Hu-Friedy Inc, Chicago, IL, USA) de modo a guiar a tcnica de

alongamento coronrio. Primeiro foi efetuada uma sondagem ssea, com uma sonda ssea (Sounding Gauge, Hu-Friedy Inc, Chicago, IL, USA), procedimento que permitiu planear a melhor abordagem cirrgica a tomar (Figura 3).

De seguida, a proporo comprimento/largura ideal para os dentes foi determinada usando a sonda de proporo Figura 4);

O stop incisal da sonda foi pousado no bordo incisal de cada dente. Cada banda colorida no brao horizontal dever corresponder banda homloga do brao vertical. A banda encarnada corresponde dos incisivos centrais, a amarela serve para os caninos e a azul para os incisivos laterais.3

Incises de bisel invertido e intrasulculares foram efetuadas de modo a obter-se o comprimento ideal da coroa anatmica (Figura 5). Um retalho de espessura total foi refletido na parte vestibular (Figuras 6 e 7). Subsequentemente foi realizada osteoplastia e osteotomia usando instrumentao mecnica e manual de modo a obter-se uma distncia alveolar do osso JAC de 2 mm (Figuras 8 e 9). De modo a

permitir suficiente cobertura de osso interdentrio, as margens do retalho foram posicionadas pelo menos 2 mm a coronal da crista ssea aps suturas (Figura 9).

Foi prescrito um anti-inflamatorio (ibuprofeno, 400mg), trs vezes ao dia, e a paciente foi instruda a no escovar a rea cirrgica e a usar uma soluo antisptica em alternativa (0,12% gluconato de clorhexidina), duas vezes ao dia, por um perodo no superior a 2 semanas. As suturas foram removidas aps uma semana (Figura 10) e um regime de controlo de placa suave foi institudo com recurso a uma escova de dentes macia, segundo a tcnica de Charters, num ngulo a 45 em relao s coroas dentrias.

Nenhuma complicao ps cirrgica foi reportada e a paciente ficou satisfeita com as dimenses dentrias finais, propores no geral e quantidade de gengiva revelada no sorriso. A paciente retornou consulta passado 1 ms (Figura 11), seis meses e intervalos anuais aps o procedimento cirrgico (Figuras 12 e 13), mostrando-se satisfeita com o resultado final.

Discusso e concluses

A erupo passiva alterada uma situao comummente tratada recorrendo a cirurgia de alongamento coronrio, por gengivectomia ou retalho de reposicionamento apical, com ou sem ostectomia, dependendo do subtipo.9 No presente caso, foram utilizadas sondas de Chu (medidores de proporcionalidade) e sondagem ssea para assistir diferentes fases de planeamento e procedimento cirrgico. necessrio ter em conta que a cirurgia ssea ressectiva, quando excessiva, poder levar a recesso gengival. Por outro lado, uma cirurgia ssea ressectiva insuficiente ou a incorrecta manipulao do retalho poder determinar apenas uma resoluo parcial da EPA. 7 Caso a margem do retalho seja posicionada ao nvel da crista ssea, ocorre em mdia um ganho ps-operatrio dos tecidos suprasseos em torno dos 3mm,4 podendo levar um mnimo de 3 meses a completar o crescimento vertical. Para cirurgias realizadas em reas que envolvem a zona esttica, poder levar cerca de 6 meses at se obter a posio final da margem gengival livre.13

Um planeamento correto e cuidadoso pode evitar complicaes indesejadas e aumentar a estabilidade ps-cirrgica do formato gengival.4

A escolha de um retalho de reposicionamento apical deve-se excelente previsibilidade do outcome, uma perda ssea ps-operatria reduzida e preservao da gengiva queratinizada.14 Ainda assim, importante considerar que esta tcnica acarreta um risco de recesso gengival e de hipersensibilidade, por exposio das superfcies radiculares. 11, 15

Mais recentemente, tcnicas alternativas como gengivectomia com laser foram consideradas em cirurgia plstica periodontal e tm-se tornado cada vez mais frequentes.16 Dado que dependendo do caso, muitas vezes necessria a realizao de ostectomia para evitar a recidiva da margem gengival e preservar a estabilidade, esta terapia considerada insuficiente na resoluo de alguns casos de EPA.

No que toca ao uso de toxina botulnica, esta poder ser vantajosa em casos de hiperatividade muscular ou quando o tratamento um complemento cirurgia. de notar que este tratamento temporrio e reversvel.17 Esta tanto uma desvantagem como uma indicao para o seu uso. Adicionalmente, uma vez que com a idade o lbio tende a alongar, poder no ser necessrio em casos em que o sorriso gengival no excessivo. 17, 18

Neste caso clnico, a paciente mostrou-se descontente com a quantidade de gengiva visvel enquanto sorria ou falava, bem como o tamanho e forma dos seus dentes ntero-superiores.

O diagnstico de erupo passiva alterada permitiu um tratamento correto recorrendo a cirurgia esttica de alongamento coronrio. A tcnica cirrgica resultou na exposio significativa das coroas previamente cobertas por tecidos, com consequente reduo de visibilidade gengival excessiva ao sorrir.

Quando corretamente indicada e executada, esta tcnica revela resultados previsveis e estveis.

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*Autor correspondente:

Ricardo Castro Alves

Correio eletrnico: ricardocastroalves@gmail.com

Responsabilidades ticas

Proteo de pessoas e animais. Os autores declaram que os procedimentos seguidos estavam de acordo com os regulamentos da comisso de investigao clnica e tica relevante e de acordo com os do Cdigo de tica da Associao Mdica Mundial (Declarao de Helsnquia).

Confidencialidade dos dados. Os autores declaram ter seguido os protocolos do seu centro de trabalho acerca da publicao dos dados de pacientes.

Direito privacidade e consentimento escrito. Os autores declaram ter recebido consentimento escrito dos pacientes e/ou sujeitos mencionados no artigo. O autor para correspondncia est na posse deste documento.

Conflito de interesses

Os autores declaram no haver conflito de interesses.

Agradecimentos

Os autores agradecem Egas Moniz Cooperativa de Ensino Superior, CRL pela cedncia dos materiais e espao para a realizao deste trabalho.

Historial do artigo:

Recebido a 16 de fevereiro de 2018

Aceite a 17 de maio de 2018

On-line a 10 de setembro de 2018