Resumo

Objetivos: Determinar a prevalência de traumatismos orais durante o exercício militar; Avaliar o conhecimento dos militares sobre a atitude a tomar perante a ocorrência de um traumatismo oro facial; Quantificar o uso de protetor bucal durante o exercício. Materiais e métodos: Estudo observacional transversal. Amostra composta por 122 militares de um total de 408 do Regimento de Infantaria n.º 14 – Viseu, obtendo uma percentagem de participação de 29,9%. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário com questões referentes à ocorrência de traumatismos dentários durante a prática de exercício físico militar, à influência da saúde oral no rendimento físico, à atitude a tomar e onde se dirigir perante a ocorrência de um traumatismo dentário e à prevalência de uso de protetor bucal. Resultados: A amostra final é reduzida face ao número de militares existentes no Regimento, visto que muitos se encontravam em missões fora do país ou estavam destacados para algumas tarefas fora do Regimento. Na amostra estudada, em que dos 122 militares, 95,9% são do género masculino, a média de idades foi de 25,83±7,49. Cerca de 11% dos militares refere que um problema de saúde oral já prejudicou o seu desempenho físico num treino ou numa missão militar. Verificou- se que 56,6% tem uma frequência de até 5 treinos físicos militares por semana, sendo que 41,8% treina entre 10 e 20 horas por semana. Na amostra estudada, 5,7% já sofreu uma lesão dentária durante a prática de exercício físico militar, sendo que 3,3% diz respeito a fraturas dentárias e 2,5% a avulsões. Dos militares que sofreram uma lesão dentária, apenas 28,6% visitou o médico dentista após a lesão, sendo que somente 20% visitou no mesmo dia. Verificou-se ainda que 21,3% da amostra estudada já observou uma lesão dentária num colega durante o exercício militar. Concluiu?se também que 32,8% se dirigia ao hospital no caso de perda de um dente. Relativamente às atitudes a tomar no caso de avulsão, 54,9% não sabe como deve agir. Por fim, apenas 7,4% usa protetor bucal. Dos que não usam, 31,1% não sabe o que é e 53,3% não acha necessário a sua utilização. Conclusões: Os militares, como praticantes de exercício físico em alta intensidade, são um grupo em que a existência de traumatismos orais durante o serviço militar é comum e pode ser prevenida com o uso de protetores bucais adequados. É necessário também, face aos resultados obtidos, uma melhor instrução sobre as corretas medidas a tomar perante a ocorrência de um traumatismo.