Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Coimbra, 13 e 14 de outubro de 2017 | 2017 | 58 (S1) | Page(s) 46
Investigação
#119 História Familiar de estomatite aftosa recorrente numa população infantojuvenil
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Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 58
Supplement - S1
Investigação
Pages - 46
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Received on 30/12/2017
Accepted on 30/12/2017
Available Online on 30/12/2017
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Resumo
Objetivos: A estomatite aftosa recorrente é a doença ulcerativa mais comum da mucosa oral. O papel dos fatores genéticos assume grande importância na etiologia desta doença, na medida em que se considera que pelo menos 40% dos indivíduos com estomatite aftosa recorrente apresentam história familiar da mesma. Com este trabalho pretende- se caracterizar e avaliar a presença de história familiar de estomatite aftosa recorrente numa população infantojuvenil. Materiais e métodos: Os alunos da Escola Básica de São Miguel, em Vizela, e respetivos encarregados de educação foram submetidos a um questionário. Adicionalmente, foi realizada uma revisão da literatura nas bases de dados PubMed, Cochrane e Biblioteca Virtual da Universidade do Porto. Com a aprovação da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, todos os dados foram recolhidos após a obtenção do consentimento por escrito segundo a Declaração de Helsínquia. A análise estatística foi realizada recorrendo ao programa informático IBM SPSS 23.0 e ao Microsoft Office Excel 2013. De modo a avaliar a associação entre a frequência de aftas e a história familiar, foi aplicado o teste do qui-quadrado, utilizando um nível de significância de 10%. Resultados: Este estudo incluiu 183 crianças (entre as quais 91 do sexo masculino e 92 do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 3 e os 11 anos, sendo a idade média igual a 7 anos. Cerca de 46,4% dos participantes apresentaram história familiar de estomatite aftosa recorrente (mãe, pai ou ambos), tendo sido a mãe o progenitor mais frequentemente indicado. Adicionalmente, verificou- se evidência estatística de associação entre a frequência de aftas e a história familiar, para uma confiança de 90% (p = 0.053). Conclusões: Os resultados deste estudo revelaram uma percentagem considerável de história familiar de estomatite aftosa recorrente na população infantojuvenil estudada, assim como uma associação estatisticamente significativa entre este fator e a frequência de aftas. Foi ainda possível apurar que, entre os dois progenitores, a mãe pareceu contribuir mais acentuadamente para a história familiar desta condição.