Resumo

Objetivos: Determinar a prevalência da maloclusão aplicando o Índice de Estética Dentária e avaliar a natureza e extensão em que o domínio familiar é comprometido, pela presença da maloclusão. Materiais e métodos: Estudo transversal. Amostra constituída por 112 adolescentes, de idade 12 a 14 anos com dentição permanente. Foi medido o Índice de Estética Dentária (IED), por um examinador experiente e calibrado, segundo os critérios da OMS. Foi utilizado como instrumento de medida para a avaliação da extensão do impacto familiar, um questionário, validado em Português – (Escala do Impacto Familiar). Foi realizada uma análise descritiva e inferencial através dos testes de Oneway ANOVA, através do software IBM SPSS© statistics 20.0. Resultados: A idade média das crianças foi 12,55± (0,76). As pontuações de Índice de Estética Dentária (IED) variaram de 21 a 72 e a pontuação média de IED foi de 39,67 (± 11,89). A prevalência da maloclusão foi de 92.9%, com nível de gravidade de maloclusão variável, em que 14,3% necessitam de tratamento ortodôntico facultativo, 22,3% necessitam de tratamento ortodôntico mandatório e 56,3% necessitam de tratamento ortodôntico, obrigatório. Apenas 7,1% da amostra não precisava de tratamento ortodôntico. As pontuações gerais da Escala do Impacto Familiar variaram de 0 a 24. Nenhuma associação estatisticamente significante foi encontrada entre os escores clínicos e gerais do Índice de Estética Dentária (IED) e todas as sub- dimensões (atividade familiar (p <0.722), emoção dos pais (p <0.999), conflito familiar (p<0.94), economia familiar (p<0.722)), da Escala de Impacto Familiar. Conclusões: A prevalência e gravidade de maloclusão é considerada moderada. Não se verificaram correlações estatisticamente significativas entre as várias escalas e o índice de estética dentária. Esta falta de impacto pode derivar do facto de que nesta idade as crianças não priorizam a estética.