Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Coimbra, 13 e 14 de outubro de 2017 | 2017 | 58 (S1) | Page(s) 25-26
Casos Clínicos
#066 Recessões gengivais e tratamento ortodôntico: quando e como intervir? – Casos clínicos
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 58
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 25-26
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Article History
Received on 30/12/2017
Accepted on 30/12/2017
Available Online on 30/12/2017
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Resumo
Introdução: A espessura do osso e tecidos moles nos dentes a serem movimentados bem como a presença prévia de deiscências ósseas, biótipo gengival, quantidade de gengiva queratinizada e controlo de placa bacteriana são critérios a ter em conta antes do movimento ortodôntico. Neste trabalho procurou ilustrar- se com três casos clínicos alguns critérios a considerar na tomada de decisão. Descrição caso clínicos: Caso 1: Paciente sexo feminino, saudável pretende realizar tratamento ortodôntico. Apresenta recessão gengival classe III de Miller no dente 41 associada a freio labial inferior proeminente. Optou? se por intervir previamente ao tratamento ortodôntico com a realização de um enxerto gengival livre e frenectomia. Foram realizadas consultas de follow?up, tendo iniciado tratamento ortodôntico ao fim de 4 meses. Caso 2: Paciente sexo feminino, saudável, em tratamento ortodôntico, apresenta recessão gengival classe III de Miller no dente 41. A zona apresentava inflamação persistente, o que inviabilizava a continuidade do tratamento. Foi realizado um enxerto gengival livre para aumento de banda de gengiva queratinizada. Foram realizadas consultas de follow?up, tendo retomado o tratamento ortodôntico ao fim de 3 meses. Caso 3: Paciente sexo feminino, saudável, apresentava recessões gengivais múltiplas classe I de Miller nos dentes 14, 23 e 24, após tratamento ortodôntico com queixas de hipersensibilidade dentária e descontentamento estético. Optou- se pela técnica de tunelização com enxerto de tecido conjuntivo sub?epitelial, por se tratar de uma zona estética. Iniciou? se pelo tratamento do primeiro quadrante e ao fim de 2 meses procedeu? se à cirurgia do segundo, utilizando a mesma técnica. Discussão e conclusões: O tratamento cirúrgico plástico periodontal permite a correção de defeitos mucogengivais, eliminação de freios e aumento da banda de gengiva queratinizada permitindo um melhor controlo de placa e proporcionando melhores condições para o tratamento ortodôntico e estabilidade dos resultados, como foi verificado nos casos clínicos 1 e 2. No caso clínico 3, os objetivos do aumento de volume gengival e recobrimento radicular foram cumpridos. Ao fim de 3 anos, verificou- se a estabilidade dos resultados. A análise dos fatores de risco das recessões gengivais revela- se fundamental na decisão da abordagem mucogengival prévia ou após tratamento ortodôntico. A decisão clínica deve compreender um trabalho de equipa entre a ortodontia e a periodontologia.