Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Coimbra, 13 e 14 de outubro de 2017 | 2017 | 58 (S1) | Page(s) 24
Casos Clínicos
#063 Ancoragem máxima versus biomecânica – a propósito de um caso clínico
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 58
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 24
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Article History
Received on 30/12/2017
Accepted on 30/12/2017
Available Online on 30/12/2017
Keywords
Resumo
Introdução: O sistema de forças gerado por dobras em V ou em degrau num fio entre dois brackets co?planares e alinhados, foi documentado por Burstone e Koening em 1988. Uma dobra assimetricamente posicionada resulta em várias combinações de momentos e forças. Se a localização da dobra ao bracket mais próximo é menor que um terço da distância inter? bracket, o sistema de forças resulta em momentos em ambos os brackets com o mesmo sentido, sendo maior no mais próximo à dobra. Existe hoje uma múltipla diversidade de meios auxiliares de ancoragem. No entanto, o conhecimento e correta utilização dos conceitos de biomecânica são em determinadas situações suficientes para a correção do problema, aliado ao facto de a taxa de sucesso dos meios auxiliares não ser total. O caso clinico demonstra como uma correta utilização de uma dobra assimétrica, num caso de ancoragem do tipo A, permitiu um controlo total da ancoragem sem necessidade de meios auxiliares de ancoragem. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo masculino com 13,8 anos de idade, mesofacial, padrão esquelético de Classe II, Classe II molar de Angle completa à direita e de meio pré?molar à esquerda, retromandibulia. O apinhamento na arcada inferior é de 1 mm e de 9 mm na arcada maxilar, com o dente 12 palatinizado. Regista? se um desvio da linha média maxilar para a direita de 1,5 mm e as sobremordidas horizontal e vertical de 2 mm. Discussão e conclusões:Plano de tratamento: corrigir a Classe II canina (exodontia de 14 e 24), mantendo as corretas sobremordidas horizontal e vertical, finalizando numa oclusão molar de Classe II terapêutica. Para a distalização dos caninos recorreu?se a uma segmentação da arcada, utilizando molas em T. O controlo da ancoragem no 1.º quadrante foi conseguido através de uma dobra assimétrica (mais próxima da unidade de resistência) com o desenvolvimento de um momento de sentido horário de maior intensidade que contraria o momento da força gerada. O sistema de forças desencadeado, implica a existência de uma força intrusiva no canino, cuja correção será facilitada com o recurso a um arco base na fase de nivelamento da arcada. Um correto conhecimento e controlo dos sistemas de forças permitiu, sem recurso a técnicas auxiliares de ancoragem, um perfeito controlo da ancoragem e adequada finalização do caso.