Resumo

Introdução: A má oclusão de classe II apresenta etiologia variada, de natureza esquelética e/ou dentária e o diagnóstico diferencial é fundamental para a elaboração de um plano de tratamento adequado. Perante um envolvimento esquelético, com o retrognatismo mandibular como principal etiologia, em fase de crescimento, indica?se a utilização de recursos ortopédicos como opção viável de abordagem precoce. Os aparelhos funcionais, como o ativador, foram concebidos para corrigir a má?oclusão de classe II em pacientes em crescimento, alcançando melhorias no perfil facial. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo masculino, 11 anos de idade, com uma deformidade dento? facial de classe II esquelética e dentária. Na observação extra? oral confirma? se a retrognatia mandibular, associada a um perfil convexo e incompetência labial. Ao exame intra?oral, apresenta endognatia maxilar, trespasse horizontal de 11 mm e falta de espaço severa na mandíbula. Cefalometricamente, apresenta um ângulo ANB de 8.º e inclinação incisiva normal. Apresenta?se no estádio de desenvolvimento correspondente a cerca de um ano antes do pico de crescimento, com os fatores de Bjork a preverem um crescimento mandibular em rotação anterior. Foi sugerida uma fase I de tratamento ortodôntico intercetivo com o auxilio de um aparelho removível: ativador com parafuso de expansão. Futuramente, segue? se a fase II de tratamento com aparatologia fixa e posterior fase de contenção. Na fase de tratamento intercetivo foi conseguida uma melhoria estética significativa, através da diminuição da retrognatia mandibular e da convexidade do perfil, tendo melhorado o selamento labial. Intra? oralmente verifica? se a diminuição do trespasse horizontal e a correção da endognatia maxilar. Discussão e conclusões: O aparelho funcional ativador possui um corpo único de acrílico, que favorece a alteração da postura da mandíbula em relação à maxila, desencadeando alterações na tonicidade muscular necessárias à correção da má oclusão. Através de uma mordida construída, induz?se um estiramento muscular que se acredita ser responsável pela estimulação do crescimento mandibular. Considera?se que o sucesso da fase I de tratamento foi conseguido, com uma boa relação sagital dos maxilares e melhoria do selamento labial e da estética facial. Este tratamento intercetivo permitiu evitar a necessidade de uma futura cirurgia ortognática de avanço mandibular.