Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Coimbra, 13 e 14 de outubro de 2017 | 2017 | 58 (S1) | Page(s) 18
Casos Clínicos
#045 Resposta biológica peri-implantar – Caso clínico de sobredentadura
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 58
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 18
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Article History
Received on 30/12/2017
Accepted on 30/12/2017
Available Online on 30/12/2017
Keywords
Resumo
Introdução: Na generalidade os sistemas de implantes disponíveis no mercado apresentam elevadas taxas de sucesso implantar e protético. As sobredentaduras sobre implantes dentários são capazes de proporcionar previsibilidade e bons resultados na substituição de dentes ausentes e permitem preservação de dentes naturais adjacentes. Apesar disto, existem diversos fatores que podem interferir com o previsível estabelecimento de uma conexão rígida permanente entre a superfície do implante e o osso circundante, dos quais se destaca a suscetibilidade genética individual do indivíduo para a resposta biológica peri- implantar. Os autores pretendem salientar o papel da suscetibilidade genética individual na previsibilidade da resposta biológica peri- implantar em reabilitações orais com sobredentaduras sobre implantes. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo feminino, de 66 anos de idade, reabilitada com sobredentaduras maxilar e mandibular sobre 4 implantes, permanecendo apenas o dente 48. A paciente apresenta uma estabilidade dos tecidos peri-implantares (moles e duros) inalterada por diversos anos. Foi efetuado um teste genético de avaliação da resposta biológica individual peri- implantar, através da deteção molecular de polimorfismos nos genes IL1A- 889, IL1B 3953, IL1RN VNTR. Este último evidenciou um resultado negativo para os genes IL1A- 889 e IL1B 3953 e ausência do polimorfismo VNTR no gene IL1RN. Discussão e conclusões: As sobredentaduras sobre implantes apresentam sobretudo complicações relacionadas com a manutenção protética. Destas, destacam- se a perda de retenção ou fratura do retentor ou attachment, a fratura de componentes protéticos, o rebasamento ou reajuste da sobredentadura, os ajustes oclusais, e as complicações de tecidos gengivais e ósseos, que sofrem remodelações ao longo do tempo. Fato é que em determinados pacientes estas complicações não ocorrem, sobretudo as biológicas e esta resposta tem sido associada à base genética individual. A apresentação clínica e imagiológica deste caso está sustentada por uma possível associação entre a resposta biológica peri?implantar estável no tempo e um resultado negativo do teste genético de suscetibilidade para complicações biológicas peri-implantares por respostas exacerbadas.