Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Coimbra, 13 e 14 de outubro de 2017 | 2017 | 58 (S1) | Page(s) 3-4
Casos Clínicos
#007 Terapêutica de Castillo-Morales em bebés com síndrome de Down: relato de caso clínico
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 58
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 3-4
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Article History
Received on 30/12/2017
Accepted on 30/12/2017
Available Online on 30/12/2017
Keywords
Resumo
Introdução: O síndrome de Down cursa com aspetos anatómicos caraterísticos, inclusivamente a nível orofacial. Destes, destacam? se a dimensão/postura lingual, alterações da musculatura perioral, lábios e complexo mastigatório, a par de outras alterações fisiológicas com reflexos diretos na sucção, deglutição, fala, oclusão e até interação social. Uma intervenção precoce com recurso à placa palatina de Castillo-Morales (original ou modificada), em conjugação com terapia orofacial, parece contribuir para melhorar significativamente estas funções, prevenindo o seu tendencial agravamento com o crescimento geral destas crianças. Descrição do caso clínico: Neste trabalho é enfatizada a intervenção clínica com recurso à placa palatina de Castillo-Morales ligeiramente modificada num bebé com síndrome de Down, do género masculino, de 12 meses de idade, referenciado pela consulta de Pediatria. São descritas e ilustradas particularidades referentes ao seu planeamento, confeção laboratorial, colocação, adaptação, uso e período de monitorização (atualmente de cerca de 6 meses). Discussão e conclusões: Com este dispositivo, de fácil aplicação e confeção, é objetivada, entre outros resultados, uma retração lingual, a par de movimentos de estimulação labial, melhoria da hipotonia e, tanto quanto possível, encerramento da cavidade oral. A recetividade a esta intervenção está descrita como relativamente simples e natural, sobretudo nos casos em que a criança está já habituada a usar chupeta, uma vez que esta serve de base adaptativa. A ambientação, progressiva, é coadjuvada pelo uso iniciado em idades muito precoces, com tradução no desenvolvimento de estruturas neuromusculares e condicionando mecanismos reflexos decisivos num desenvolvimento facial mais harmonioso. Não obstante, é obrigatória a menção de que esta não é uma solução completa e transversal a todas as crianças com este tipo de perfil, mas antes uma componente adicional na abordagem de estimulação orofacial habitualmente a cargo de uma equipa multidisciplinar.