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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Coimbra, 13 e 14 de outubro de 2017 | 2017 | 58 (S1) | Page(s) 1-2


Casos Clínicos

#002 Um olhar para além da literatura: adenocarcinoma metastático em palato





Volume - 58
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 1-2
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Received on 30/12/2017
Accepted on 30/12/2017
Available Online on 30/12/2017


Introdução: De todos os tumores metastáticos 1% acomete a cavidade oral. A maioria destes é encontrada na mandí- bula, gengiva e língua e raramente na região do palato sendo mais frequentes em homens, adultos de meia -idade e idosos. Segundo a literatura, o cancro do pulmão é responsável pela maioria destas metástases, seguido pelo carcinoma renal e melanoma. Uma das explicações das metástases hematogénicas para a região da cabeça e pescoço, na ausência de metástases pulmonares, é o plexo de Batson que permite uma disseminação retrógrada das células tumorais, ultrapassando a filtração pulmonar. Relativamente ao cancro da próstata, as suas metástases têm uma maior afinidade pelo osso, mas raramente envolvem a cavidade oral. Descrição do caso clínico: Paciente, 72 anos, género masculino, compareceu ao Setor de Urgência Odontológica da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo com aumento de volume na região palatina entre os dentes 11 e 16. Ao exame clínico apresentava um nódulo de 3,5 cm de diâmetro, irregular, assintomático, flácido à palpação, pediculado e ulcerado. Na anamnese relatou cancro da próstata há 4 anos cujo tratamento com radioterapia finalizou há 10 dias. Encaminhado para a Disciplina de Estomatologia Clínica foram solicitados exames radiográficos, hematológicos e realizada biópsia incisional. As hipóteses diagnósticas foram: metástase da próstata, tumor maligno da glândula salivar, ou abcesso dentário. O resultado anatomopatológico foi adenocarcinoma sem outra especificação mas, devido à história clínica, inferiu -se que se tratava de adenocarcinoma metastático com origem na próstata. O paciente não voltou para obtenção do diagnóstico definitivo tendo falecido 3 semanas após a consulta, de acordo com familiares. Desta forma não foi realizado qualquer tratamento ou controlo. Discussão e conclusões: Este diagnóstico representa uma raridade dentro dos carcinomas metastáticos, pois nem o tecido glandular nem o palato são frequentemente afetados. Assim, é importante colocar em discussão todos os diagnósticos diferenciais. Um exame clínico e anamnese detalhados representam ferramentas essenciais na formulação do diagnóstico inicial. A análise imunohistoquímica pode ser um recurso adicional no diagnóstico definitivo. Deste modo, a cooperação entre o médico oncologista e o médico dentista é necessária para um tratamento holístico e deteção precoce de manifestações sistémicas e metástases à distância destes pacientes.


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