Resumo

Foi com muito prazer que aceitei o convite do Sampaio Fernandes para redigir um editorial para uma revista da SPEMD, sociedade científica que muito tem contribuído para a afirmação e creditação da Medicina Dentária em Portugal. É uma constatação insofismável que desde aproximadamente há vinte anos a Medicina Dentária tem sido objecto de um avanço tanto tecnológico como clínico deveras surpreendente. Também é sobejamente conhecido que neste país o número de Médicos Dentistas está a aumentar de uma forma não sustentada, o que pode significar a muito curto prazo uma saturação do mercado de trabalho, que forçosamente implicará um número cada vez maior de Médicos Dentistas no desemprego e sem hipótese de optar por outra solução, já que se trata de um curso de banda estreita. Neste contexto, há uma reflexão séria que falta e que deve ser realizada o mais rápido possível. Hoje em dia, e graças aos avanços tecnológicos e clínicos, efectuam-se tratamentos que há alguns anos estariam apenas nos domínios da ficção. Esses tratamentos, ditos de excelência, só são possíveis através do intercâmbio de informação, de uma técnica clínica correcta e de uma permanente investigação. Nesse sentido, há que realçar o esforço efectuado pelas Faculdades de Medicina Dentária, ao proporcionar aos Médicos Dentistas pós-graduações e mestrados que permitem uma maior diferenciação em certas áreas vitais para o sucesso de tratamentos de reabilitação, que forçosamente terão que ser multidisciplinares. No entanto, por diversas razões, nem todos podem obter esses conhecimentos pós-graduados. Contudo, a sua formação dá-lhe capacidade para programar um tratamento de reabilitação que permita ao seu doente usufruir do melhor que a Medicina Dentária pode oferecer.