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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVI Reunião Científica Anual da Sociedade Portuguesa de Ortodontia e Ortopedia Dento-Facial (SPODF) Leiria, 16 e 17 de maio de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 113


Caso ClÍnico

#SPODF2025-20 Abordagem Ortodôntica numa Paciente com Tetralogia de Fallot: Um Caso Clínico


a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, Porto, Portugal

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Volume - 66
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 113
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Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 09/10/2025


Introdução: A Tetralogia de Fallot é uma cardiopatia congénita cianótica caracterizada pela presença de quatro anomalias cardíacas que comprometem a oxigenação sanguínea, permitindo que o sangue pobre em oxigénio seja desviado para a circulação sistémica. Pacientes com esta condição podem apresentar má-oclusão esquelética e uma maior prevalência de defeitos de esmalte. O tratamento ortodôntico exige precauções devido ao risco de endocardite e pelas limitações físicas que o paciente apresente. Este trabalho descreve o plano ortodôntico proposto, considerando as adaptações necessários para tratamento. Descrição do caso: Paciente de 16 anos com Tetralogia de Fallot corrigida aos 6 meses, com um atraso global do desenvolvimento. Apresenta o biotipo facial dolicofacial severo, perfil convexo, incompetência labial, lábio superior curto. Clinicamente, tem uma má-oclusão classe II de ½ pré-molar (subdivisão esquerda), mordida aberta anterior, sobremordida horizontal de 5 mm e vertical de -1 mm, caninos ectópicos por vestibular e o dente 26 cruzado. A cefalometria revela: classe II esquelética, retromaxilia, micro e retromandibulia, incisivos superiores protruídos e compressão maxilar ligeira. Discussão: A abordagem ortodôntica exigiu adaptações para minimizar riscos, especialmente o de endocardite bacteriana. O primeiro passo foi a comunicação com o cardiologista assistente para avaliar riscos e restrições, incluindo a necessidade de profilaxia antibiótica. Antes do início do tratamento, a paciente será encaminhada para Periodontologia afim de garantir uma melhoria da higiene oral e reduzir o risco de bacteriemia. A fase inicial do tratamento prevê a colagem progressiva de brackets para avaliar a cooperação da paciente. Optou-se por não realizar a disjunção maxilar devido ao risco envolvido e à ausência de evidência científica que comprove a sua eficácia em pacientes com estas patologias, uma vez que, a hipoxemia condiciona a remodelação óssea. Além disso, a discrepância transversal é reduzida e o sucesso do tratamento não depende dessa abordagem, que exige elevada colaboração por parte da paciente. Para corrigir a biprotrusão e os caninos ectópicos, optou-se pela extração de quatro pré-molares com recurso a sedação e profilaxia antibiótica. O acompanhamento periodontal será contínuo de forma a monitorizar a saúde periodontal. Conclusão: Este caso destaca a importância de um plano ortodôntico personalizado e interdisciplinar em pacientes com Tetralogia de Fallot. O sucesso do tratamento depende de uma abordagem criteriosa e da colaboração estreita entre as diferentes especialidades médicas e dentárias.


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