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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVI Reunião Científica Anual da Sociedade Portuguesa de Ortodontia e Ortopedia Dento-Facial (SPODF) Leiria, 16 e 17 de maio de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 98


Caso ClÍnico

#SPODF2025-5 Tratamento de deformidades dentofaciais complexas: caso clínico de distração mandibular extra-oral


a Instituto de Ortodontia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

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Volume - 66
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 98
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Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 09/10/2025


Introdução: O tratamento ortodôntico-cirúrgico possibilita a correção de deformidades dentofacias severas, com afetação, não só estética, como a nível funcional, através de uma colaboração interdisciplinar. Em casos complexos, a osteogênese por distração é preferível à cirurgia ortognática convencional, pois permite a regeneração gradual não só do osso, mas também dos tecidos moles, reduzindo o risco de recidiva devido a tensões nos tecidos. Este procedimento está preconizado em diversas má oclusões da face, nomeadamente fendas oro-faciais, craniossinostoses e retrognatismo maxilar e mandibular. O objetivo deste estudo é relatar um caso clínico em que foi realizada uma distração mandibular extra-oral como tratamento para corrigir a hipoplasia mandibular grave. Descrição do caso clínico: Um jovem de 14 anos, sexo masculino, foi encaminhado para a consulta de ortodontia. Apresentava classe II esquelética grave, ângulo ANB de 11º, por insuficiência mandibular severa (SNB 69º), e ângulo goníaco de 164º. O plano de tratamento incluiu ortodontia pré-cirúrgica com aparelhos fixos de prescrição Roth 0.018’’ e distração osteogénica mandibular, com recurso a distrator extra-oral. Foi, também, proposta cirurgia ortognática bimaxilar no final do crescimento. Realizou-se o alinhamento e nivelamento da arcada superior e, aos 15 anos, o doente foi submetido a cirurgia maxilo- -facial para fixação dos distratores extra-orais. A ativação durou 8 semanas tendo-se observado uma melhoria do ângulo ANB para 8º, SNB 69º, e no ângulo goníaco para 140º. Discussão: Pela complexidade marcada do caso descrito, a realização de distração osteogénica mandibular, ainda em crescimento, permitiu melhorar o prognóstico do tratamento ortodôntico-cirúrgico futuro, reduzindo a probabilidade de possíveis complicações, tais como reabsorção condilar, edema facial, distúrbios neurosensoriais e trismus, bem como diminuir a taxa de recidiva, devido ao estiramento excessivo dos músculos. Os distractores externos oferecem vantagens biomecânicas, como maior extensão no alongamento mandibular e menor risco de danos ao nervo facial, mas podem causar efeitos secundários, tais como problemas psicossociais, cicatrizes e instabilidade na fixação. A escolha entre dispositivos internos ou externos deve considerar as características anatómicas e a cooperação do doente. Conclusão: O uso de distratores externos obriga a um cuidadoso estudo na orientação do vetor de ativação do dispositivo, bem como na potenciação da estabilidade da fixação. No caso clínico apresentado houve um aumento do comprimento mandibular, com consequente melhoria da estabilidade oclusal, respiração e mastigação, e, igualmente, da confiança e perceção estética própria do doente.


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