Resumo

Introdução: A assimetria facial está frequentemente associada à extrusão unilateral dos dentes posteriores maxilares e ao desvio do mento. A correção da inclinação do plano oclusal e da assimetria dentoalveolar é essencial, sendo a combinação de ortodontia e cirurgia ortognática frequentemente necessária (Farret 2019, ApolinÁRio, Meloti et al. 2021, Kim, Shim et al. 2024). No entanto, apesar dos resultados previsíveis da cirurgia, a morbilidade e os custos são preocupações importantes. Quando possível, a correção ortodôntica isolada pode evitar a necessidade de intervenção cirúrgica maxilar, reduzindo a complexidade do tratamento (Consolaro 2014). Esta comunicação livre tem por objetivo apresentar a descrição sequencial e multidisciplinar que esteve subjacente ao tratamento do caso. Descrição do caso clínico: Apresentamos um caso clínico de um paciente com mordida cruzada e um cant do plano oclusal, tratado com o recuso a mini-placas para fazer uma remodelação intrusiva do segmento dentoalveolar mais descido. O planeamento incluiu a instalação de mini-placas na região postero-lateral da maxila, permitindo a aplicação de forças ortodônticas controladas para a correção da inclinação do plano oclusal. Os resultados demonstraram uma melhoria significativa na simetria dentoalveolar e na relação oclusal, evidenciando a eficácia desta abordagem minimamente invasiva. Discussão: A correção da inclinação do plano oclusal representa um desafio clínico, especialmente em pacientes com assimetria facial significativa. Tradicionalmente, a abordagem envolvia a compensação ortodôntica ou a cirurgia ortognática, ambas com limitações (Farret 2019, Kim, Shim et al. 2024). A utilização de mini-placas como ancoragem esquelética tem-se mostrado uma alternativa eficaz, permitindo a aplicação de forças ortodônticas controladas para a intrusão seletiva dos dentes posteriores, sem necessidade de grandes intervenções cirúrgicas (Silva, Meloti et al. 2018). No caso apresentado, o uso de mini-placas possibilitou a correção da inclinação do plano oclusal com resultados favoráveis na estética facial e na função oclusal. Conclusão: Este caso reforça o papel das mini-placas como uma opção viável para a correção da inclinação do plano oclusal em detrimento da cirurgia maxilofacial ou comuflagem ortodôntica, proporcionando um tratamento previsível e reduzindo a necessidade de procedimentos cirúrgicos mais invasivos, com maior estabilidade dos resultados ortodônticos.