Resumo

Objetivos: Os distúrbios do sono são uma patologia comum na população pediátrica, e embora a adenotonsilectomia seja o tratamento gold standard, a ortopedia dentofacial tem demonstrado resultados positivos na redução dos sintomas e da gravidade da doença. Este estudo tem como objetivo analisar as alterações nas dimensões das vias aéreas superiores após três tratamentos de ortopedia dentofacial: expansão maxilar, protração mandibular e protração maxilar. Materiais e métodos: Este estudo clínico retrospectivo, aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, avaliou 72 pacientes pediátricos saudáveis submetidos a ortopedia dentofacial no Instituto de Ortodontia da FMUC. Os participantes foram divididos em três grupos de acordo com o tratamento ortodôntico realizado: expansão maxilar, ativador e máscara facial. As telerradiografias de perfil antes (T0) e após (T1) o tratamento foram analisadas de acordo com o método cefalométrico de McNamara para avaliação das dimensões das vias aéreas superiores. A análise estatística incluiu ANOVA, ANCOVA e regressões lineares múltiplas por forma a comparar os efeitos dos diferentes tratamentos. Resultados: Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de estudo nas variáveis PNS-AD1 e PNS-AD2 antes do tratamento, as quais deixaram de apresentar significância estatística após o tratamento. A análise de regressão linear múltipla realizada para cada medida cefalométrica demonstrou que, em todas as variáveis, o valor inicial foi preditivo da variação após o tratamento. O sexo é apenas estatisticamente significativo para a medida PNS-AD1 enquanto a idade tem significância na medida MPS. Conclusões: Os três tratamentos avaliados neste estudo demonstram potencial para promover alterações nas dimensões das vias aéreas superiores. Contudo, são necessários estudos complementares, por forma a compreender a correlação entre as alterações morfológicas e funcionais.