Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 9 a 11 de outubro de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 81
Investigação Original
#089 Distúrbios temporomandibulares e sintomas músculo-esqueléticos em estudantes
a Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências da Saúde
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 66
Supplement - S1
Investigação Original
Pages - 81
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Article History
Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 09/10/2025
Keywords
Resumo
Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência e a gravidade dos distúrbios temporomandibulares e dos sintomas músculo-esqueléticos em estudantes do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa. Adicionalmente, procurou-se analisar a distribuição dessas condições por género, idade e ano curricular, bem como investigar possíveis associações entre ambas. Materiais e métodos: Realizou-se um estudo observacional, de natureza transversal, envolvendo 157 estudantes que participaram voluntariamente. A recolha de dados foi efetuada de forma anónima e com aprovação da Comissão de Ética. Utilizaram-se dois instrumentos validados: o Questionário Anamnésico de Fonseca, para rastreio dos distúrbios temporomandibulares, e o Questionário Nórdico de Sintomas Músculo-Esqueléticos. Resultados: Foi observada uma elevada prevalência de distúrbios temporomandibulares (66,5% ), sendo que 30% dos estudantes apresentaram a forma moderada a grave. Estudantes do género feminino apresentaram maior comprometimento. A sintomatologia foi mais acentuada nos estudantes do 4.º e 5.º anos. Em relação aos sintomas músculo-esqueléticos, 77% dos participantes reportaram dor em pelo menos uma região nos últimos 12 meses, com destaque para pescoço e zona inferior das costas. Dores com impacto funcional foram assinaladas por 40,8% dos estudantes. Verificou-se uma associação estatisticamente significativa entre distúrbios temporomandibulares moderados a severos e sintomas nas regiões do pescoço e do ombro. Conclusões: Os resultados revelam uma vulnerabilidade músculo-esquelética relevante entre estudantes de medicina dentária, reforçando a necessidade de medidas preventivas desde os primeiros anos de formação. Recomenda-se a promoção de estratégias de ergonomia, pausas ativas, prática regular de exercício físico, técnicas de gestão de stress e acesso a apoio psicológico, com vista à melhoria da saúde e bem-estar destes estudantes.