Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 9 a 11 de outubro de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 49
Investigação Original
#053 Análise Tomográfica da Distância entre Ápices Radiculares Posteriores e o Canal Mandibular
a UNIPRO-CESPU, UCIBIO, Instituto Superior de Ciências da Saúde – CESPU (IUCS-CESPU)
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 66
Supplement - S1
Investigação Original
Pages - 49
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Article History
Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 09/10/2025
Keywords
Resumo
Objetivos: Analisar, por meio de CBCT, a distância entre os ápices dos primeiros e segundos molares inferiores e o canal mandibular, bem como a posição do canal e do nervo alveolar inferior em relação às corticais internas vestibular e lingual. Materiais e métodos: Foram selecionados aleatoriamente 112 exames CBCT. Após aplicação dos critérios de exclusão (idade inferior a 20 anos; cortes parciais; ausência dos primeiros e segundos molares inferiores; exames duplicados), a amostra final foi de 30 pacientes (73 molares). As medições das distâncias entre os ápices radiculares posteriores e o canal mandibular, assim como a posição do canal em relação às corticais internas vestibular e lingual, foram realizadas no corte coronal, utilizando o software Planmeca Romexis®. Dois avaliadores independentes realizaram as medições, assegurando a confiabilidade dos dados. Resultados: A amostra foi composta por 30 pacientes com idades entre 20 e 73 anos (média=44,9; DP=14,8), dos quais 53,33% eram do sexo masculino (n=16) e 46,67% do sexo feminino (n=14). Análise dos Primeiros Molares (n=33): •Raiz Mesial: Distância ápex-canal de 6,45 mm±3,17mm. Distância canal-cortical vestibular de 2,49 mm±1,29mm. Distância canal-cortical lingual de 0,98 mm ±1,02m. •Raiz Distal: Distância ápex-canal de 5,09 mm ±3,01mm. Distância canal- -cortical vestibular de 2,84 mm±1,63mm. Distância canal-cortical lingual de 0,68 mm ±0,90mm. Análise dos Segundos Molares (n=40): •Raiz Mesial: Distância ápex-canal de 4,54 mm±3,06mm. Distância canal-cortical vestibular de 3,02 mm±2,60mm. Distância canal-cortical lingual de 0,52 mm±0,74mm. •Raiz Distal: Distância ápex-canal de 3,22 mm ±2,76mm. Distância canal-cortical vestibular de 2,36 mm±1,53mm. Distância canal-cortical lingual de 0,60 mm±0,80mm. Conclusões: A análise tomográfica demonstrou que os segundos molares inferiores (37 e 47), particularmente as raízes distais, apresentam uma menor distância média ao canal mandibular, em comparação com os primeiros molares (36 e 46). Quanto à posição do canal mandibular e do nervo alveolar inferior em relação às corticais ósseas, verificou-se que se encontram, em média, mais próximos da cortical lingual do que da vestibular. Estes achados evidenciam uma maior complexidade anatómica na região posterior da mandíbula, associada a um risco elevado de complicações em procedimentos clínicos. Reforça-se, portanto, a importância da avaliação tridimensional individualizada, visando um planeamento seguro e eficaz.