Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 9 a 11 de outubro de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 28
Caso ClÍnico
#030 Escleroterapia de Malformação Venosa – Caso Clínico
a Serviço de Estomatologia ULS Coimbra, Serviço e Estomatologia e Cirurgia Maxilofacial IPO Coimbra
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 66
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 28
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Article History
Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 09/10/2025
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Resumo
Introdução: As malformações vasculares são anomalias congénitas dos vasos sanguíneos ou linfáticos que estão presentes na altura do nascimento mas que podem manifestar- se apenas durante a vida adulta. Estas lesões benignas podem surgir a partir de estruturas capilares, venosas, arteriovenosas ou linfáticas e não devem ser confundidas com verdadeiros hemangiomas, tumores capilares caracterizados por hiperplasia endotelial. Os sintomas das malformações vasculares dependem da localização e dimensão que estas apresentam. Pequenas lesões intra-orais podem frequentemente ser imperceptíveis, consistindo muitas vezes num achado ocasional durante o exame físico. As lesões que se apresentam no vermelhão do lábio ou na região peri-oral podem condicionar importante impacto estético. O tratamento depende do tipo de lesão, da localização, dimensão e sintomas associados. No passado a excisão cirúrgica foi o método de tratamento preferencial para a resolução das malformações vasculares, mas actualmente dispomos de técnicas minimamente invasivas, tais como laserterapia, crioterapia, embolização ou escleroterapia. Descrição do Caso Clínico: Homem de 65 anos recorreu à consulta de Estomatologia do IPO de Coimbra com queixas de uma lesão achada em consulta de medicina dentária, assintomática, na face interna do lábio superior à esquerda. Os seus antecedentes pessoais e medicação habitual eram irrelevantes. Apresentava uma carga tabágica de cerca de 37UMA. Ao exame objectivo observámos uma lesão nodular arroxeada, com cerca de 1cm de maior diâmetro, mole, depressível e que desaparecia à digitopressão. Assumiu-se o diagnóstico clínico de malformação venosa e propôs-se ao utente a esclerose da lesão. Sob anestesia local infiltrámos a malformação com cerca de 0.3ml de lauromacrogol 400 a 5mg/ml. Imediatamente verificámos a redução do volume da lesão e a coloração arroxeada mostrou-se mais subtil. Na consulta de seguimento uma semana depois o utente relatou uma recuperação sem intercorrências significativas e grande satisfação com o resultado obtido na redução da dimensão da lesão. 1 mês após o procedimento a lesão encontrava-se significativamente reduzida e o utente não pretendeu repetir a infiltração com agente esclerosante. Discussão e Conclusões: A malformações vasculares são lesões benignas frequentemente encontradas na cavidade oral. A escleroterapia é uma arma terapêutica para lesões pequenas e o lauromacrogol 400 é uma opção segura e eficaz.