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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 9 a 11 de outubro de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 27


Caso ClÍnico

#029 Microcirurgia endodôntica de uma lesão de grandes dimensões com envolvimento bicortical


a Departamento de Endodontia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

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Volume - 66
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 27
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Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 09/10/2025


Introdução: O tamanho da lesão constitui um fator de prognóstico negativo para a cura apical após o tratamento endodôntico não cirúrgico. A microcirurgia endodôntica está indicada quando os sintomas persistem ou não se verifica evidencia radiográfica de cura apical ao fim de seis meses, mesmo após um tratamento endodôntico tecnicamente adequado. Descrição do Caso Clínico: Paciente do sexo masculino, 38 anos, foi encaminhado para avaliação de uma lesão no segundo sextante. No exame radiográfico observaram-se tratamentos endodônticos prévios adequados dos dentes 22, 21 e 11. Identificou-se uma lesão radiolúcida apical com extensão desde mesial do dente 11 até mesial do dente 23 (sem envolvimento do ápex deste dente), com comprometimento bi-cortical vestibular e palatino, bem como da cortical do canal do nervo nasopalatino. Clinicamente, o paciente apresenta dor à palpação e percussão nos dentes 21 e 22, com teste de sensibilidade ao frio positivo nos dentes 12 e 23. Concluiu-se um diagnóstico de polpa normal e tecidos periapicais normais para os dentes 12 e 23, e tratamento endodôntico prévio para os dentes 11, 21 e 22, com periodontite apical assintomática do dente 11 e periodontite apical sintomática para os dentes 21 e 22. Foi proposta a realização de microcirurgia endodôntica dos dentes 21 e 22. Procedeu-se à realização de um retalho quadrangular de base papilar. Após retração do tecido, foi realizada uma osteotomia para enucleação da lesão. Efetuou-se a apicectomia e a curetagem da cavidade. Realizou-se a retropreparação e a retrobturação com MTA. Foi colocado coágulo de L-PRF na cavidade cirúrgica, bem como uma membrana sobre as margens ósseas. O retalho foi reposicionado e suturado. A análise histológica revelou um diagnóstico de quisto radicular odontogénico inflamatório, com presença de cristais de colesterol. Um ano após a intervenção, o paciente apresenta sinais favoráveis de recuperação. Discussão e Conclusões: A acumulação de cristais de colesterol nas lesões apicais pode impedir a regeneração dos tecidos após o tratamento endodôntico não cirúrgico. Estes cristais são mais prevalentes em lesões quísticas e de grandes dimensões, e não são possíveis de eliminar durante o tratamento endodôntico, o que pode justificar a necessidade de uma abordagem cirúrgica. Lesões complexas apresentam prognóstico reservado, podendo beneficiar da utilização de técnicas de regeneração tecidular guiada, como o L-PRF. Este foi o motivo da sua aplicação no presente caso clínico tendo-se obtido uma cicatrização muito favorável.


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