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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 9 a 11 de outubro de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 24


Caso ClÍnico

#026 Separação de instrumento durante um retratamento endodôntico: decisão e abordagem clínica


a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

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Volume - 66
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 24
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Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 09/10/2025


Introdução: A fratura de instrumentos no sistema de canais radiculares pode dificultar o tratamento endodôntico e comprometer o seu prognóstico, nomeadamente quando interfere na desinfeção eficaz do espaço canalar. Perante este tipo de desafio, existem várias abordagens possíveis, como a tentativa de remoção do fragmento ou o bypass, sendo que a sua localização e tamanho são fatores determinantes na tomada da melhor decisão clínica. Descrição do Caso Clínico: Paciente do sexo masculino, 61 anos, sem antecedentes médicos relevantes, apresentou-se com queixas de dor moderada associada ao dente 36, previamente submetido a tratamento endodôntico não cirúrgico há vários anos. No exame clínico, verificou-se dor à percussão vertical e horizontal, bem como sensibilidade à palpação. A radiografia periapical revelou uma extensa lesão radiolúcida envolvendo ambas as raízes do dente. O diagnóstico pulpo-periapical foi de tratamento endodôntico prévio com periodontite apical sintomática. Durante o retratamento endodôntico, ocorreu a separação de uma lima no terço apical do canal distal, após a realização da radiografia de determinação do comprimento de trabalho. Como o fragmento era visível ao microscópio, optou-se pela tentativa da sua remoção com recurso a pontas ultrassónicas, embora sem sucesso. Posteriormente, foi realizado o bypass do fragmento e, durante o protocolo de irrigação, este acabou por ser removido do canal radicular. Os canais mesiais foram obturados através da técnica de condensação vertical com onda contínua de calor, enquanto no canal distal foi realizada uma barreira apical com MTA, seguida da injeção de gutta- -percha. O dente foi posteriormente reabilitado com uma coroa cerâmica. Na consulta de reavaliação, realizada aos 12 meses, observou-se uma evolução favorável da lesão periapical e ausência de sintomatologia. Discussão e Conclusões: A fratura de instrumentos endodônticos é um dos principais desafios em retratamentos, sobretudo quando ocorre no terço apical. A decisão entre remoção ou bypass deve considerar fatores como visibilidade, localização e risco de fratura radicular. Neste caso, o protocolo de irrigação favoreceu a eliminação passiva do fragmento, reforçando a importância de uma irrigação eficaz. A barreira apical com MTA no canal distal assegurou um selamento adequado numa zona de difícil acesso e com histórico de instrumentação complexa. O sucesso clínico e radiográfico observado após um ano confirma a eficácia da abordagem adotada, mesmo perante a adversidade da separação de um instrumento.


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