Resumo

Introdução: Na cavidade oral podem observar-se diferentes tipos de freios, estruturas que genericamente proporcionam estabilidade aos lábios superior, inferior e língua. Variações anatómicas relativas à inserção e/ou comprimento/espessura dos mesmos podem contribuir para: um condicionamento no que diz respeito à mobilidade geral (particularmente da língua, se em causa estiver o freio lingual); dificuldades na amamentação/ alimentação e fala; o desenvolvimento de uma má oclusão, recessão gengival e diastemas. As indicações que suportam a comprovada necessidade de intervenção, bem como a técnica cirúrgica a empregar não colhem ainda unanimidade por parte da literatura. Com esta série de casos clínicos os autores pretendem ilustrar e descrever as principais indicações, vantagens e desvantagens, técnica operatória, cuidados e monitorização na abordagem de freios orais com recurso a LASER em crianças. Descrição do Caso Clínico: Apresentam-se 6 casos clínicos referentes a crianças entre os 5 meses e os 13 anos de idade, nas quais foram intervencionados 2 freios labiais e 4 freios linguais com recurso a tecnologia LASER (445 nm, 2W, CW). Em 4 dos casos os procedimentos foram efetuados sob anestesia local e 1 foi conduzido sob anestesia geral, com estrito cumprimento dos requisitos éticos. Serão relevados diferentes detalhes da técnica operatória do pós-operatório, bem como diferentes períodos de seguimento nos diferentes casos (de 1-30 meses). Discussão e Conclusões: Nos últimos anos tem vindo a assistir-se em diversos países a um aumento dos procedimentos cirúrgicos com LASER envolvendo os freios orais. Apesar da popularidade e de algumas vantagens evidentes e inerentes a esta tecnologia existem ainda lacunas científicas nos protocolos clínicos instituídos. Nesta série de casos sublinham- se vantagens como a segurança para o paciente pediátrico e para o profissional, a hemóstase e controlo cirúrgico, o conforto pós-operatório e uma boa cicatrização. Todavia, variáveis relacionadas com o tipo de LASER e seleção das suas variáveis técnicas podem afetar a precisão e rapidez de ´corte”, os efeitos secundários nos tecidos, a cicatrização pós-operatória e até as potenciais complicações. Por último, importa salientar que uma má técnica cirúrgica e a não implementação de cuidados pós-operatórios muito específicos pode relacionar- -se com algum grau de recidiva.