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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 9 a 11 de outubro de 2025 | 2025 | 66 (S1) | Page(s) 8


Caso ClÍnico

#009 Quisto dermóide no pavimento bucal – A propósito de um caso clínico raro


a IPO Porto, ULS Santa Maria, ULS Lisboa Ocidental, ULS Santa Maria – Faculdade de Medicina de Lisboa

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Volume - 66
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 8
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Received on 09/10/2025
Accepted on 09/10/2025
Available Online on 08/10/2025


Introdução: O quisto dermóide é uma lesão benigna rara, revestida por epitélio e contendo material heterogéneo. Surge habitualmente na linha média do corpo, com maior prevalência nas regiões ovárica e escrotal. A sua localização na cabeça e pescoço representa apenas 7% dos casos, sendo que 80% destes se situam nas órbitas, região nasal e oral. Na cavidade oral, representa 1,6% dos quistos dermóides, sendo mais comum no pavimento bucal, podendo também ocorrer na língua, lábios, mucosa oral e mandíbula. Caracteriza-se por crescimento lento e, na maioria dos casos, é assintomático. Contudo, lesões volumosas podem provocar sintomas compressivos, como disfagia, odinofagia, dispneia e disfonia, especialmente quando localizadas no pavimento bucal. O diagnóstico baseia- -se na avaliação clínica e imagiológica (ultrassonografia, tomografia computorizada ou ressonância magnética), sendo patognomónica a presença de nível gordura-fluido em TC ou RM. A confirmação é feita por exame anatomopatológico. O tratamento é cirúrgico, com excisão completa da lesão, e a abordagem depende da localização anatómica. Descrição do Caso Clínico: Apresenta-se o caso de uma mulher de 39 anos com tumefação submandibular esquerda e pavimento bucal, associada a disfagia. A ecografia revelou uma lesão paramediana esquerda infrahioideia, com epicentro no pavimento bucal, medindo 6,5x3x5 cm, bem delimitada e avascular. A punção ecoguiada aspirou conteúdo não salivar, heterogéneo. O estudo anatomopatológico confirmou tratar-se de quisto dermóide. A doente foi submetida a excisão cirúrgica sob anestesia geral, com abordagem submentoniana, dissecção do ventre anterior do músculo digástrico e rafe mediana dos milo- -hioideus. A massa foi removida por dissecção extracapsular, apesar de se ter verificado rutura com extravasamento do conteúdo. Após lavagem da loja cirúrgica, foi colocado dreno aspirativo. A peça apresentava 39,5g e dimensões de 6,5x4,5x3,2 cm, com conteúdo amarelado e pastoso. A reavaliação um mês após a cirurgia revelou cicatrização completa e ausência de sintomas. Discussão e Conclusões: Os quistos dermóides da cavidade oral são raros. A sua sintomatologia depende da localização e volume. A excisão cirúrgica completa é o tratamento definitivo, sendo a biópsia pré-operatória facultativa.


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