Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
IV Congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE) Guimarães, 27 e 28 de Setembro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 89
Revisão
#SPE-R02 Tratamento endodôntico em pacientes diabéticos
a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, Porto, Portugal
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Revisão
Pages - 89
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Received on 27/09/2024
Accepted on 27/09/2024
Available Online on 27/09/2024
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Resumo
Objetivos: O objetivo deste estudo foi a revisão do estado atual do conhecimento sobre a relação entre o tratamento endodôntico e a diabetes melitus. Métodos: Para a realização desta revisão de literatura foi efetuada uma pesquisa nas bases de dados PubMed utilizando como estratégia de pesquisa o método PICO. Foram selecionados artigos com texto integral disponíveis para consulta, publicações em português e inglês. Os artigos selecionados foram publicados nos últimos 25 anos (1999-2024). Resultados: A Diabetes Melitus tem um efeito direto na integridade da polpa dentária. A hiperglicemia pode causar diversas alterações nas estruturas pulpares, prejudicando a cicatrização e uma adequada resposta de defesa do organismo. A participação dos mediadores da inflamação e citocinas - que promovem a inflamação no tecido periapical e ativam a reabsorção óssea por meio dos osteoclastos - revela-se num grau mais extremo em indivíduos diabéticos. Conclusões: A hiperglicemia pode promover significativas alterações nas estruturas pulpares devido à diminuição da circulação colateral ao longo de toda polpa. Alterações na glicemia também podem contribuir para o envelhecimento pulpar precoce, levando à obliteração completa da luz da artéria. A circulação colateral prejudicada e a pobre microvascularização em indivíduos diabéticos, resultam num risco aumentado de infecção ou necrose pulpar. Estudos observaram diferentes manifestações da doença pulpar consoante a faixa etária do paciente. O prognóstico de dentes tratados endodonticamente é pior em pacientes diabéticos. Evidências científicas disponíveis suportam a associação entre diabetes e periodontite apical persistente, relacionadas a uma maior incidência dessas alterações. Os pacientes diabéticos apresentam uma forma mais complexa e comprometida da lesão periapical. É crucial que o clínico investigue a presença de diabetes em pacientes que apresentem alta incidência de tratamentos endodônticos. Em dentes tratados endodonticamente a diabetes poderá comprometer a resposta imune, exacerbando a inflamação periapical e alterando a renovação óssea e a cicatrização dessas lesões.