Resumo

Introdução: O conhecimento das variações anatómicas é importante para o sucesso do tratamento Endodôntico não cirúrgico. O tratamento de pré-molares inferiores, com a presença de mais que um canal, são de dificuldade acrescida para os clínicos, devido ao acesso e morfologia. Descrição do caso clínico: Caso clínico 1: Dente 35: paciente feminino, sem patologias associadas. Diagnóstico de pulpite irreversível. Presença de uma restauração justa-pulpar. Nos canais vestibulares foi realizada a preparação químico-mecânica até 20.04 e no canal lingual até 25.08. A obturação do sistema de canais foi conseguida com recurso à técnica híbrida de Tagger. Tratamento realizado em abril de 2016, controlo aos 7 meses. Caso Clínico 2: Dente 44: Paciente feminino, sem patologias sistémicas associadas. Diagnóstico de Necrose pulpar com periodontite apical sintomática. Tratamento Endodôntico previamente iniciado. Três canais independentes (dois vestibulares e um lingual). Preparação quimico-mecânica até aos respetivos calibres de 35.04, 25.04 e 20.04. Obturação do sistema de canais foi obtida com recurso as técnicas de System B e Guttacore. Tratamento realizado em janeiro 2014, controlo aos 12 meses. Discussão e conclusões: Com recurso a tomografia computorizada temos uma perspetiva mais realista da anatomia canalar. Considerando a configuração do canal radicular principal, a classificação mais utilizada nos estudos é a de Vertucci. Anatomias canalares pouco frequentes são um desafio. Estudos recentes apontam que as morfologias mais prevalentes nos pré-molares inferiores são: tipo I, seguida do Tipo V, e Tipo IV. A presença de três canais nos pré-molares inferiores é incomum, com prevalência de 0% a 0,62 %. O evoluir dos sistemas de radiologia e novas ligas, aliadas à ampliação, tornam estes casos mais previsíveis e conservadores.