Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
IV Congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE) Guimarães, 27 e 28 de Setembro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 80
Caso ClÍnico
#SPE-C15 Microcirurgia endodôntica para remoção de instrumento fraturado do dente 16 – Relato de caso
a Instituto Universitário de Ciências da Saúde – CESPU
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 80
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Article History
Received on 27/09/2024
Accepted on 27/09/2024
Available Online on 27/09/2024
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Resumo
Introdução: A fratura de um instrumento no terço apical de um dente com periodontite apical pode levar a um prognóstico endodôntico reservado. Ultrapassar ou remover o fragmento, assim como a desinfeção do canal dificultada, pode comprometer a resolução desta patologia. A lesão periapical, a anatomia do canal e a localização do fragmento devem ser considerados na decisão da abordagem clínica. Fatores como a visão direta do instrumento, a presença de patologia prévia, o momento da fratura, o tamanho e o tipo de fragmento, e a destruição dentinária do canal também são importantes. Descrição do caso clínico: Paciente de 38 anos, sem patologias significativas, apresentava periodontite apical sintomática no dente 16, com tratamento previamente iniciado. Referenciado para consulta de endodontia em clínica de pós-graduação, onde ocorreu fratura do instrumento manual (10k) no terço apical do canal mésio-vestibular, durante a permeabilização apical. Tentou-se, sem sucesso, o bypass e a remoção do fragmento via retratamento ortógrado. Para correta desinfeção e selamento apical, decidiu-se pela obturação até o instrumento fraturado com cimento biocerâmico. Foi marcada microcirurgia endodôntica para remover o fragmento via retrógrada e recessão apical da raiz mésio-vestibular. Acompanhamentos periódicos de 6 meses revelaram significativa redução da lesão apical e ausência de sintomatologia. Discussão e conclusões: Um instrumento fraturado no terço apical limita a instrumentação e a subsequente desinfeção do sistema de canais, comprometendo o selamento apical. Segundo Madarati et al., o sucesso do tratamento endodôntico reduz-se para 47% na presença de um fragmento em um dente com periodontite apical, embora seja necessário considerar outras opções de tratamento. A execução do ato clínico por um profissional treinado é crucial, pois este pode remover os instrumentos separados sem sacrificar o tecido dentário. O uso de microscópio, segundo Floratos et al., permite uma abordagem mais detalhada e conservadora, sendo um fator preponderante na microcirurgia e impactando a morbidade e o resultado do tratamento. Rodriguez et al. sugeriram que informações obtidas por imagens de CBCT pré-operatórias podem influenciar o diagnóstico, relatando que em 27,3% dos casos houve alterações no plano de tratamento após a visualização dessas imagens.