Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
IV Congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE) Guimarães, 27 e 28 de Setembro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 76
Caso ClÍnico
#SPE-C06 Configuração de canais em “C” num segundo molar superior
a Universidad Europeia de Madrid
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 76
Go to Volume
Article History
Received on 27/09/2024
Accepted on 27/09/2024
Available Online on 27/09/2024
Keywords
Resumo
Introdução: A configuração em C é uma das variações anatômicas mais frequentes do sistema de canais radiculares. Este conceito foi introduzido por Cooke e Cox em 1979, e caracteriza-se por um sistema complexo com a presença de um istmo e mudanças na configuração ao longo do sistema de canais. Embora seja mais frequente nos segundos molares mandibulares, esta configuração também pode ser encontrada em pré-molares mandibulares, molares maxilares e terceiros molares mandibulares. A maior prevalência dessa configuração é observada na população asiática. Descrição do caso clínico: Uma paciente apresentou-se na consulta com dor à mastigação no segundo quadrante. A radiografia periapical mostrou uma grande cárie com afetação pulpar no dente 1.7, juntamente com calcificação da câmara pulpar e da entrada dos canais. Após realizar os exames diagnósticos, o caso foi classificado, segundo a Associação Americana de Endodontia, como necrose pulpar com periodontite apical sintomática. A cárie foi completamente eliminada e foi realizado um acesso tipo “Caries Guided Access” descrito por Silva em 2021. A calcificação pulpar foi eliminada com ponta de ultrassom e, seguindo as cores da câmara pulpar descritas por Krasner em 2004, foram localizados os canais mesiovestibular, mesiopalatino e um grande istmo que conecta o canal palatino com o distal. A instrumentação dos canais mesiais foi realizada com Slim Shaper de conicidade 4% e a dos canais distal e palatino com Blue Shaper de conicidade 6%. Durante toda a instrumentação, irrigou-se com NaOCl 5,25% e o protocolo de irrigação final empregado foi NaOCl 5,25% + EDTA 17% + NaOCl 5,25%, ativados de forma ultrassônica. A obturação foi realizada com onda contínua de calor, utilizando autofit 4% e cimento de resina AH Plus. Discussão e conclusões: É imprescindível, para lograr uma boa limpeza do sistema de canais em C, a ativação ultrassônica do irrigante, já que através do efeito de cavitação permite que o hipoclorito alcance anatomias complexas. Também é fundamental, neste caso, utilizar técnicas de obturação termoplásticas para permitir a obturação tridimensional do sistema de canais. É importante o conhecimento das variações anatômicas para conseguir um bom sucesso do tratamento endodôntico. Na revisão aos 6 meses, a paciente encontrava-se assintomática e sem periodontite apical.