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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

IV Congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE) Guimarães, 27 e 28 de Setembro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 74


Caso ClÍnico

#SPE-C04 Planeamento de casos complexos na era digital: Caso clínico de dens invaginatus


a Instituto Universitário de Ciências da Saúde – CESPU

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Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 74
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Received on 27/09/2024
Accepted on 27/09/2024
Available Online on 27/09/2024


Introdução: Dens invaginatus é uma anomalia de desenvolvimento que desafia os endodontistas devido à sua complexidade morfológica. Caracteriza-se pela invaginação do órgão do esmalte na papila dentária antes da calcificação dos tecidos dentários. Recentes avanços em tecnologia digital permitiram a impressão de modelos de treino tridimensional (3D) através de segmentação, modulação e refinamento com base em imagens de tomografia computorizada de feixe cónico (CBCT) do paciente a ser tratado. Este método facilita o estudo, planeamento e simulação prévia do tratamento endodôntico, contribuindo significativamente para o sucesso clínico e funcionando como uma ferramenta educacional eficaz. Descrição do caso: Um paciente do sexo masculino, de 24 anos, referenciado para clínica de pós-graduação em Julho de 2022, apresentava o dente 12 com tratamento endodôntico previamente iniciado e periodontite apical assintomática. O exame radiográfico revelou uma invaginação Tipo IIIA (Oehlers) e radiolucência periapical. Após planeamento detalhado do tratamento, utilizando modelos 3D impressos a partir de CBCT, foi realizado em Outubro de 2022 o tratamento endodôntico não cirúrgico, abordando tanto a invaginação quanto o sistema de canais radiculares. Nove meses depois, devido à persistência de extensa radiolucência periapical, foi decidida uma abordagem por microcirurgia apical. Foi realizada biópsia excisional com enucleação da lesão, apicectomia, retro-preparo e retro-obturação. O material da biópsia revelou diagnóstico histológico de quisto radicular. A avaliação pós-tratamento aos 4 e 10 meses não revelou sinais ou sintomas de inflamação, indicando uma evolução satisfatória na cicatrização dos tecidos periapicais, confirmada por radiografia periapical e CBCT. Discussão e Conclusões: A crescente necessidade de precisão e personalização nos tratamentos destaca a importância de tecnologias avançadas, como a impressão 3D de modelos baseados em CBCT, para o tratamento eficaz de condições complexas como o dens invaginatus. Estas tecnologias facilitam a intervenção clínica, melhoram a comunicação com o paciente e são essenciais em situações clínicas desafiantes. A utilização de modelos 3D permite simulações mais realistas da situação clínica, facilitando um planeamento prévio adequado e o desenvolvimento das competências técnicas dos profissionais, contribuindo não só para o sucesso em ambientes de formação, mas também na prática clínica real.


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