Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXV Reunião Científica Anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) Viana do Castelo, 24 e 25 de maio de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 71
Revisão
#SPODF2024-R7 Avanço Mandibular com alinhadores: Uma alternativa ao uso de aparelhos funcionais?
a Mestrado Integrado em Medicina Dentária, Egas Moniz School of Health and Science, Caparica, Almada, Portugal
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Revisão
Pages - 71
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Article History
Received on 24/05/2024
Accepted on 24/05/2024
Available Online on 24/05/2024
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Resumo
Introdução: A classe ll esquelética por retrusão mandibular é uma má-oclusão frequente que quando não tratada pode afetar o crescimento e desenvolvimento craniofacial no adulto. Recentemente foram desenvolvidos alinhadores ortodônticos com avanço mandibular, para pacientes em crescimento, como uma alternativa aos aparelhos funcionais convencionais. Esta revisão da literatura tem como objetivo avaliar a eficácia do avanço mandibular com alinhadores, bem como a descrição das suas vantagens e limitações. Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed, Cochrane Database of Systematic Reviews e B-on, até Março de 2024, utilizando como palavras-chave: mandibular advancement, class II malocclusion, clear aligner, functional appliance e removable orthodontic appliances. Resultados: O avanço mandibular com alinhadores combina simultaneamente a expansão da arcada e o alinhamento dentário com a correcção sagital, resultando numa maior eficiência quando comparado com o tratamento da relação sagital e do alinhamento dentário em diferentes fases. Os pacientes reportam um baixo grau de desconforto. Existem algumas limitações, nomeadamente a colaboração exigida na sua utilização. Vários artigos descrevem esta opção de tratamento como eficaz no tratamento da retrusão mandibular, com melhoria na relação ântero-posterior, redução do trespasse horizontal e vertical, correcção da relação molar, com bom controlo vertical e da inclinação dos incisivos inferiores, e melhoria da convexidade facial e protrusão do lábio superior. O avanço mandibular promove o crescimento condilar e o desenvolvimento sagital e vertical da mandíbula, mas o crescimento do ramo mandibular é menor quando comparado com outros aparelhos funcionais. Conclusões:As evidências atuais sugerem que o tratamento de avanço mandibular com alinhadores tem efeitos semelhantes a outros aparelhos funcionais, com resultados diferentes dependendo do estádio de crescimento. Porém, a maioria dos estudos tem uma amostra pequena e baseia-se na análise de alterações cefalométricas antes e após o tratamento. São necessárias mais investigações, principalmente estudos clínicos randomizados, para comprovar a eficácia a longo prazo desta opção terapêutica. Implicação clínica: Estudos epidemiológicos mostram uma alta prevalência de má oclusão de Classe II. Com o tratamento com alinhadores a apresentar-se como uma opção de tratamento cada vez mais solicitada para pacientes em dentição mista, torna-se essencial avaliar a eficácia do avanço mandibular com alinhadores.