Resumo

Introdução: No diagnóstico e planeamento ortodônticos e cirúrgico ortognático, a Posição Natural da Cabeça (PNC) descrita por Broca em 1862 como a adotada “quando um Homem está de pé e o seu eixo visual está horizontal”, é a chave para uma correta análise clínica. Esta posição da cabeça e do pescoço é avaliada em três eixos de orientação (pitch, roll e yaw) e está condicionada pelo perfil craniofacial, antropométrico e funcional do paciente (Leung, 2016). O presente trabalho tem por objetivo fornecer referências claras para o posicionamento adequado de pacientes com assimetrias craniofaciais, de forma a obter um correto diagnóstico ortodôntico. Métodos: Foi realizada uma pesquisa na base de dados PubMed (MEDLINE), utilizando as seguintes palavras- chave associadas através do operador booleano: ((“Natural Head Position” AND “Asymetry”) AND “Orthodontics”). Não foram colocados quaisquer filtros. Os artigos selecionados foram posteriormente transferidos para a plataforma Research Rabbit. Resultados: Obteve-se um total de 13 artigos. Diversos métodos de orientação clínica do paciente e de reorientação dos exames radiográficos foram descritos com o propósito de otimizar a precisão da reprodução desta posição em exames radiográficos e fotografias extra-orais. Os exames deverão ser realizados em 3D e posteriormente reorientados. A reorientação do paciente virtual no software, através da camada de tecido mole, segue os seguintes passos: 1. Na tomografia orientar o eixo transversal YY’ transferindo para o paciente virtual a angulação entre o ponto Exocanthion com a horizontal verdadeira na fotografia. 2. Proceder a uma dupla verificação da posição, transferindo o ângulo entre o ponto N’ e o Pronasale com a horizontal verdadeira. 3. Orientar segundo o eixo longitudinal XX’. A angulação entre o ponto Exocanthion direito e esquerdo e a horizontal verdadeira é transferida para o software. 4. Orientação no eixo vertical ZZ’ obtida através da rotação até que o plano sagital médio passe por Nasion, Basion e Crista Galli e o plano coronal passe no transporiónico, como foi descrito por Cevidanes et al. Conclusões: Em casos de assimetria e/ou deformidades craniofaciais, é essencial um correto diagnóstico ortodôntico, que deve ser realizado a partir de exames tridimensionais e orientados segundo referências padronizadas.