Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXV Reunião Científica Anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) Viana do Castelo, 24 e 25 de maio de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 67
Caso ClÍnico
#SPODF2024-CC11 Tratamento orto-cirúrgico da má-oclusão esquelética de classe III: Série de casos
a Instituto de Ortodontia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 67
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Article History
Received on 24/05/2024
Accepted on 24/05/2024
Available Online on 24/05/2024
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Resumo
Introdução: A má oclusão de classe III é caracterizado pela discrepância sagital intermaxilar mesial e apresenta uma prevalência de cerca 26,7% na população geral. O tratamento ortodôntico-cirúrgico é a opção de eleição em casos severos, permitindo a correção das bases esqueléticas em relação à porção anterior da base do crânio. Desta forma, possibilita a correção do perfil cutâneo e permite a obtenção de uma estética facial mais simétrica e agradável, aumentando a autoestima e a qualidade de vida do doente. O exame clínico, a análise cefalométrica, a idade do doente e a severidade da má oclusão são determinantes para o plano de tratamento. O presente trabalho pretende relatar o tratamento ortodôntico-cirúrgico de uma série de doentes portadores de classe III esquelética. Descrição de caso clínico: Três doentes compareceram no Instituto de Ortodontia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, sendo um do sexo masculino com 19 anos e dois do sexo feminino com 14 e 26 anos, respetivamente. Todos os indivíduos referiam ser saudáveis e não ter efetuado nenhum tipo de tratamento ortodôntico anteriormente. No entanto, dois destes doentes relataram histórico de queda na infância, resultando em trauma facial, o que possivelmente contribui para as assimetrias mandibulares observadas. O tratamento ortodôntico cirúrgico consistiu em três fases. O tratamento ortodôntico pré-cirúrgico envolveu a retroinclinação dos incisivos superiores e a proinclinação dos incisivos inferiores. Na segunda fase foi realizada a cirurgia ortognática bimaxilar: Osteotomia Le Fort I com avanço maxilar, e osteotomia sagital bilateral. A terceira fase foi o tratamento ortodôntico pós-cirúrgico, que envolveu o uso de elásticos intermaxilares para estabilizar a nova posição oclusal e prevenir recidiva. Após a remoção da aparatologia foram colocadas contenções – fixa na arcada inferior (3x3) e removível na arcada superior (placa de Hawley). Discussão: No final do tratamento, os doentes apresentavam estabilidade oclusal e uma melhoria significativa tanto na estética facial, com a correção das assimetrias, como na estética do sorriso. Adicionalmente, verificou-se melhorias na fonação, mastigação e deglutição. Conclusões: A correção cirúrgica bimaxilar permite obter uma Classe I esquelética com simetria mandibular, melhorando a função do sistema estomatognático e a estética facial.