Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac | 2017 | 58 (2) | Page(s) 111-117
Investigação Original
Prevalência da discrepância dento-dentária na população portuguesa
Prevalence of tooth-size discrepancy in portuguese population
a Serviço de Ortodontia, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
b Instituto Politécnico de Coimbra, ISEC, Coimbra, Portugal
Joana Queiroga - joana1923@gmail.com
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 58
Issue - 2
Investigação Original
Pages - 111-117
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Article History
Received on 30/10/2016
Accepted on 13/02/1917
Available Online on 16/05/2017
Keywords
Resumo
Objetivos: O presente trabalho teve como objetivo avaliar as discrepâncias dento-dentárias anterior (6 dentes) e total (12 dentes) numa amostra da população portuguesa e a sua prevalência por género e nos diferentes padrões esqueléticos. Métodos: A amostra consistiu em 250 indivíduos caucasianos sem tratamento ortodôntico (187 apresentavam Classe I esquelética, 108 Classe II esquelética e 25 Classe III esquelética). Mediram-se os tamanhos mesiodistais dos 12 dentes mandibulares e maxilares em modelos de estudo, com um calibrador digital. As discrepâncias dento-dentárias anterior e total foram calculadas recorrendo à análise de Bolton. Resultados: No presente estudo a variabilidade amostral das discrepâncias dento-dentárias anterior e total são superiores aos encontrados no estudo de Bolton. Os resultados evidenciaram uma prevalência de excesso dentário mandibular superior à de excesso maxilar e uma percentagem da discrepância dento-dentária anterior (36%) maior do que a encontrada para os doze dentes (18,8%). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto ao valor médio da discrepância dento-dentária por género ou classe esquelética. Verificou-se que a prevalência da discrepância dento-dentária não é significativamente diferente por género ou classe esquelética. Conclusão: Os resultados justificam a necessidade de realizar a análise de Bolton em todos os pacientes antes de iniciar o tratamento ortodôntico. Na população em estudo, a prevalência e os valores médios da discrepância de Bolton nas diferentes classes esqueléticas e nos dois géneros não são significativamente diferentes em termos estatísticos. (Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac. 2017;58(2):111-117)
Abstract
Objectives: The aim of this study was to evaluate the anterior tooth-size discrepancy (6 teeth) and overall tooth-size discrepancy (12 teeth) in a sample of the Portuguese population and the prevalence of dental excess between genders and skeletal patterns. Methods: The sample consisted of 250 Caucasian subjects who had never received orthodontic treatment (187 had a Class I skeletal pattern, 108 a Class II skeletal pattern and 25 a Class III skeletal pattern). The mesiodistal widths of the 12 mandibular and maxillary teeth were measured in models with a digital caliper. The anterior and overall tooth-size discrepancies were calculated using the Bolton analysis. Results: In this study the values of the mean and standard deviation of the anterior and overall tooth-size discrepancies were higher than those found in Bolton's study. The results showed a greater incidence of mandibular excess than maxillary excess and a greater percentage of tooth-size discrepancy for the six anterior teeth (36%) than found for the twelve teeth overall (18.8%). There were no statistically significant differences in gender. It was found that the tooth-size discrepancy is independent of skeletal class. Conclusion: The results justify the need for the Bolton analysis in all patients prior to orthodontic treatment. In study population, the differences in prevalence and mean values of Bolton discrepancy between different skeletal classes and between both genders are not statistically significant. (Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac. 2017;58(2):111-117)